quinta-feira, setembro 26, 2013

União Republicana

Esta semana pode ter se tornado um marco para o partido republicano. O senador do Texas, Ted Cruz, discursou em pé durante 21 horas contra o sistema de saúde que será introduzido pelo governo Obama, o chamado Obamacare. Cruz não reverterá a decisão, tampouco sua atitude teve qualquer efeito prático, mas quando o senador do Kentuky, Rand Paul, chegou para apoiá-lo, percebemos que uma mudança, mesmo que tímida, no GOP está em curso.

Os republicanos vem perdendo eleições e controle do Congresso. A falta de união evidenciou aos poucos as várias vertentes do partido. De um lado, existem os mais conservadores, com forte influência no Sul, mas votos por todo país. Do outro lado uma nova geração de libertários. Ambos, entretanto, concordam com uma coisa: o governo é grande e influente demais. Vale lembrar que 6 em cada 10 americanos pensam a mesma coisa.

Esta divisão dentro do Grand Old Party (GOP), como são chamados os republicanos por aqui, enfraqueceu o partido. Se alguma atitude não for tomada, os democratas levarão a Casa Branca mais uma vez, devido a fragmentação dos republicanos. Ted Cruz é a atração da ala mais conservadora, chamado de Golden Boy do partido. Rand Paul é o incontestável líder dos libertários. O encontro destas duas novas lideranças pode levar o partido a um reencontro interno.

Ted Cruz, por mais que seja um novato no Congresso, já é considerado um líder no partido. Anunciou que nesta semana faria um discurso contra a iniciativa de Obama na saúde até não poder ficar mais de pé. Permaneceu ali durante 21 horas. Quem apareceu mais de uma vez foi Rand Paul. Apoiou o colega e iniciou a construção de uma ponte que pode levar a união dos republicanos.

Claro que a inveja tomou conta de alguns antigos falcões do partido, ainda em atividade, que protestaram contra a atitude de Cruz. Entretanto, o efeito midiático de sua atitude, aliado ao seu estilo de liderança, pode gerar mudanças internas nos republicanos. Certamente o ato de Cruz não inviabilizará o Obamacare. Os reflexos serão muito mais internos do que externos. Talvez o nome dos republicanos não seja Cruz, nem Paul, mas a ponte criada entre os dois pode servir para o próximo candidato unir o GOP.

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