segunda-feira, novembro 04, 2013

Os Efeitos de Boston

A maratona de Nova York voltou ao circuito mundial depois de dois anos - o furacão Sandy impediu sua realização no ano passado. Desde 1970 o evento faz parte do calendário da cidade. Ao lado de Boston e Chicago é considerada uma das corridas mais populares dos Estados Unidos. A prova, que teve 48 mil inscritos, ocorreu sem incidentes e sob um forte esquema de segurança.

Sem dúvida o efeito Boston foi responsável pelo forte contingente de medidas e cautela em torno do evento em Nova York. Depois de observar toda a ação para garantir a segurança neste domingo, devemos nos perguntar, afinal, se os terroristas de Boston atingiram seus objetivos. 

O objetivo do terrorismo não é simplesmente matar, mas por meio dos atentados, criar uma sensação geral de medo que mude os hábitos das sociedades que foram atacadas. Este é o ponto central. Qualquer passagem por aeroportos hoje, mostra que depois dos atentados de 11 de setembro, viajar se tornou um pesadelo. Enormes filas, burocracia e intermináveis aparatos de segurança. 

Na verdade, sabemos que as medidas nos aeroportos, além de tentar evitar outras ações, servem na realidade como intimidação para as ações terroristas. Sabedores da enorme dificuldade que encontrarão, os terroristas, em tese, desistiriam da ação. Em Nova York, o aparato de segurança da maratona foi montado com o mesmo objetivo: intimidar os terroristas.

Entretanto, é preciso se perguntar se as ações terroristas atingiram seus objetivos. Houve uma mudança brutal no comportamento das autoridades nos locais que já foram foco de ações, ou seja, existe medo e há uma mudança nos padrões de comportamento em função dos atentados. No 11 de setembro e em outras ações dos terroristas islâmicos, o objetivo era afetar modo de vida da sociedade ocidental. Isto foi atingido. 

Certamente as autoridades precisam agir no sentido de coibir ações terroristas e proteger o cidadão, mas a linha entre defesa e supressão das liberdade é muito tênue. É preciso avaliar se a política de segurança não está fazendo, em certa medida, o perigoso jogo do terrorismo. A melhor forma de reagir ao terror é mostrar que ele não nos impõe medo. Nesta questão o mundo tem falhado. 

Nenhum comentário: