terça-feira, novembro 19, 2013

Chile: Maturidade Institucional

Tudo indica que Michelle Bachelet deve retornar ao comando do Chile. As eleições transcorreram com normalidade e apesar da baixa participação, o país mais uma vez deu uma lição de democracia. Bachelet obteve 46,68% dos votos e disputará o segundo turno com Evelyn Matthei, que alcançou 25%.

O Congresso também passará por renovação. Foi eleita uma nova Câmara dos Deputados e metade de um novo Senado. O grupo de Bachelet obteve maioria, sem entretanto, um número qualificado para mudar a Constituição. Se vencer o segundo turno, como tudo indica, governará com tranquilidade e sem sobressaltos.

O Chile é o resultado de uma transição para a democracia muito bem conduzida, dentro de parâmetros econômicos muito bem definidos.  O grupo de Pinochet, ainda sob sua tutela, arrumou a economia e depois da abertura, os democrata-cristãos terminaram por sedimentar as bases da democracia. Esta é a fórmula de sucesso do país. 

No primeiros anos da democracia, a política chilena foi dominada pelo grupo concertación, que engloba diferentes vertentes da centro-esquerda, social-democratas, socialistas e democratas-cristãos. Venceu eleições com Patricio Aylwin, Eduardo Frei, Ricardo Lagos e Michelle Bachelet. O grupo perdeu a hegemonia somente em 2010, com a eleição de Piñera, que foi o primeiro presidente de centro-direita eleito no Chile em 52 anos. 

O Chile vive um equilíbrio de forças políticas e alternância no poder dentro de um modelo econômico sólido e estável. Concertación, UDI e Renovação Nacional são hoje os pilares partidários de um sistema político invejável. Criado cuidadosamente na transição democrática e realizada pelos governos democrata-cristãos de Patricio Aylwin e Eduardo Frei, levou o Chile a maturidade institucional vivida nos dias de hoje. Sem dúvida um exemplo para uma região assombrada pelo populismo.

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