terça-feira, fevereiro 18, 2014

Nova Pesquisa

Acaba de sair uma pesquisa de intenção de voto para Presidente. Dilma continua na frente e Marina segue no seu patamar de 2010. Aécio ainda não decolou e Eduardo Campos não empolga nem com Marina na vice. Se o quadro permanecer como está, Dilma tende a alcançar uma vitória segura, talvez no primeiro turno, mas a pesquisa vai além e traz dados mais importantes.

Intenção de voto é bonito e interessante, mas a ciência política vai além. Percebe-se que todos os candidatos alcançam um patamar entre 33% e 37% de rejeição. Ninguém chegou aos 40%, o que inviabiliza uma vitória, mas se todos chegam perto deste patamar, a pesquisa nos diz alguma coisa. O que descobrimos nestes números é a mesma mensagem das ruas durante os protestos do ano passado: a rejeição aos políticos tradicionais. E vamos além: isto nos diz outra coisa.

A outra constatação é que existe não apenas um vácuo para uma terceira-via, existe uma avenida inteira aberta para este candidato passar. A rejeição em patamares semelhantes e altos deixa a porta aberta para um novo político, aos moldes dos fenômenos eleitorais de Collor e Jânio, chegar ao poder. Este candidato ainda não se apresentou e talvez nem se apresente. Mas o espaço para ser ocupado está ali.

O nome natural que paira na cabeça de todos que fazem este raciocínio é Joaquim Barbosa. Longe da política partidária, ele é o anti-político que se encaixa na percepção deste eleitorado carente de liderança. Política é timing. Joaquim tem nas mãos sua preciosa chance de chegar ao Planalto. Se vai aproveitá-la é outra história. Se decidir entrar para a política em quatro anos, terá se tornado um coadjuvante.

Este é o cenário colocado hoje. Certamente uma campanha reserva muitas surpresas. Todos conhecem o temperamento do Ministro e sabemos que sua fortaleza com o eleitorado é também sua fraqueza durante uma campanha, que se bem explorada, pode fazer sua candidatura se desmanchar, a exemplo de Ciro Gomes em 2002.

Logo, mais importante do que entender o que diz objetivamente esta pesquisa é enxergar a direção que ela aponta. Neste momento o eleitorado rejeita as opções que tem e busca um nome. Na falta dele, permanece com Dilma.

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