terça-feira, fevereiro 04, 2014

Reforma Adiada

A esperada reforma no sistema de imigração dos Estados Unidos não sai este ano. Na última semana Barack Obama falou sobre esta necessidade em seu discurso no Congresso. No último ano um grupo suprapartidário elaborou uma proposta. Mas nada adiantou. As visões antagônicas entre democratas em republicanos evitarão que qualquer coisa saia do papel com esta formatacão do parlamento.

Hoje os republicanos tem maioria na Câmara e os democratas no Senado. O jogo, portanto, é de soma zero. Se algo ainda sair desta disputa, corre-se o risco de Obama vetar. Diante de tantos obstáculos, aqueles que circulam pelo Capitólio são taxativos em assegurar que dali não sai reforma alguma neste ano.

O principal ponto de discórdia é o mais conhecido. Enquanto os democratas querem um caminho para cidadania, os republicanos querem apenas legalizar os ilegais. O efeito mais direto é que cidadãos votam e os apenas legalizados ainda precisarão esperar uns anos para depositar seus votos para qualquer um dos partidos. Em um momento de avanço dos democratas no território republicano, todo o cuidado é pouco.

Ainda ontem conversava sobre o assunto com um republicano. O intrigante é que o voto dos imigrantes sempre foi voltado para o GOP, que defendem uma agenda de menor intervenção do Estado na economia. Como a esmagadora maioria de imigrantes sempre foi de pequenos empreendedores, estes sempre foram um voto maciço republicano.

Mas desde a eleição de Obama isto vem mudando. A eleição tem sido mais uma questão de identidade das minorias do que de uma agenda real. Os democratas, que viraram o Colorado de republicano para democrata em dez anos, mostraram como se faz. Existe inclusive um manual político de como converter um território republicano em um bastião democrata.

Portanto, os republicanos, com maioria na Câmara impedirão um acordo com acesso pleno para cidadania, enquanto os democratas no Senado não aprovam coisa alguma sem este ponto. O resultado é que milhões de imigrantes seguirão na ilegalidade esperando pelo novo parlamento que será eleito em poucos meses. Como a tendência é de ser maioria republicana, as notícias não são boas para este contingente que é parte importante da força de trabalho do país.

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