quarta-feira, março 26, 2014

A Batalha de Boehner

John Boehner, republicano que dirige a Câmara, já sentiu que sua liderança é contestada dentro do partido. Nos corredores do Capitólio escuto os deputados falarem abertamente sobre sua substituição depois das eleições legislativas deste ano. O adversário até já se apresentou. Eric Cantor é considerada aposta certa para o lugar mais importante do Congresso.

Os motivos para Boehner estar sendo rifado por seus pares é simples. Muitos não gostam de seu posicionamento mais pragmático e negociador. Apesar de muitas vezes ser inflexível, quando necessário ele sabe ceder pelo bem do país, afinal existe um limite razoável para tudo, entretanto, muitos dos seus colegas não concordam com isso, buscam um posicionamento mais assertivo e agressivo em relação aos democratas.

A liderança na Câmara é o cargo mais importante do Congresso, uma vez que o Senado é presidido pelo Vice-Presidente dos Estados Unidos e por lá acaba mandando quem tem maioria na Casa. Na Câmara é diferente, existem as lideranças, mas existe a presidência. Hoje, Boehner responde pelo comando da Casa, mas o líder dos republicanos é Cantor, que almeja o cargo do colega.

Os republicanos manterão o comando na Câmara, isto é um fato. A dúvida ainda é sobre a possível virada no Senado, fundamental para asfaltar o caminho dos republicanos de volta ao Salão Oval. Se o Senado também cair nas mãos dos republicanos, o controle da agenda legislativa ficará totalmente nas mãos do GOP e Obama terá dois anos para fazer as malas, pois perderá o controle político de Washington.

Portanto, os dois anos que estão por vir tendem a ser de enorme projeção para aquele que dirigir a Câmara e Cantor sabe disso. Os grupos mais conservadores já negociam parte da agenda do partido sem consultar Boehner, mais um sintoma de que existe uma rebelião em seu partido. Diantes de tantas manobras e movimentos internos, ele precisará de muita habilidade para manter seu cargo.

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