quarta-feira, outubro 15, 2014

O Debate e a Guerra

Depois de pesquisas confusas, uma semana de exposição de Aécio, de um petismo que busca forças para reagir, chegamos finalmente ao grande primeiro debate entre os dois finalistas da eleição presidencial.

Aécio iniciou o embate com a faca entre os dentes e foi para cima de Dilma. Cravou a palavra mentirosa na testa dela inúmeras vezes, afinal de contas, o PT continua com a mesma estratégia de empilhar dados fantasiosos, mentiras e ver o que cola. Aécio soube se defender bem, mas aí começou o problema para o tucano. Quando este perguntava, Dilma se esquivava de responder e passava a desferir ataques. Para não deixar a mentira virar verdade, o tucano passou a dar explicações.

Com esta estratégia Dilma passou a virar o jogo, no sentido de que passou a pautar o debate, ou seja, colocando Aécio na defensiva passou a escolher os temas que gostaria de debater, ou melhor, onde queira atacá-lo. Ela tinha um roteiro pré-estabelecido pela assessoria e sabia muito bem a intensidade, o tempo e o local de cada golpe. Foram desferidos ataques sem fim. Verdades tortas, mentiras deslavadas, coroadas sempre pela fixação petista no ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Repito, Aécio se defendeu bem, muito bem. Entretanto, em meio a tantos golpes, acaba por deixar passar uma acusação ou outra. Na verdade, o tucano precisaria manter o ritmo do começo do debate e confrontar Dilma com ataques de igual ou maior intensidade, jogando-a nas cordas. Quando ela listou uma série de denúncias de casos de corrupção contra o PSDB, faltou a Aécio tomar as rédeas e dizer que se o assunto é corrupção, então o PT tem muito a ensinar, como nos casos do mensalão, dólares na cueca, máfia dos sanguessugas, escândalo dos aloprados, gastos dos cartões corporativos, uso dos correios na campanha, além é claro do atual petrolão. Citei esses de cabeça. A lista é interminável.

O petismo mostrou para Aécio que também pretende jogar pesado. Uma das perguntas de Dilma sobre um tema que parecia fora do contexto foi um recado claro para o tucano de que o nível da campanha pode descer abaixo da linha da cintura. A usina de mentiras está trabalhando e o petismo jogará o jogo que for preciso para arrancar esta vitória. O tucano entendeu o recado.

Enfim, esta é mais do que uma disputa eleitoral. Se formos analisar a capacidade de cada candidato, a foto que ilustra este artigo explica tudo. Se Aécio deseja vencer, precisa manter a faca entre os dentes, usar o telhado de vidro do petismo e partir para a ofensiva. Dilma e sua turma não entregarão os pontos com facilidade. Como ouvi de um assessor de Marina, "É guerra". Sim, meu caros, é guerra. E como já alertei aqui: tirem as crianças da sala.

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