quinta-feira, outubro 16, 2014

Pugilismo Eleitoral

As pesquisas trazem um empate entre os dois candidatos, Aécio e Dilma. Parece que depois do fiasco do primeiro turno, Ibope e Datafolha combinaram de divulgar as pesquisas no mesmo dia e com o mesmo percentual. Na verdade estão se blindando, um com a ajuda do outro, de eventuais movimentos do eleitorado perto da votação, como ocorreu no primeiro turno, com a transferência avassaladora de votos carregados pela onda Aécio Neves.

Mas os trackings dos partidos e do mercado financeiro trazem números que podem no indicar com mais consistência o movimento do eleitorado. Se avaliarmos todos, veremos que Aécio se mantém na frente, com algo em torno de 2 milhões de votos ou com uma pequena margem, ali entre 1% a 2% do eleitorado. É muito pouco para afirmar que ele vencerá. Movimentos perto do grande dia do encontro do povo com as urnas, geralmente encontrados no Rio Grande do Sul, provam que o eleitorado gosta de aprontar surpresas de última hora.

Portando, abstenção, votos nulos e em branco podem ser um fator decisivo. Dependendo da geografia de sua distribuição podem ser os responsáveis por decidir o páreo do dia 26. Talvez o leitor se pergunte, vamos ver como foram estes números no primeiro turno! Atroz engano. As planilhas dos últimos pleitos nos mostram que, de um turno para o outro, estes percentuais variam sempre, nunca são iguais.

O petismo aposta na militância vermelha e, claro, na guerra suja de sempre. A mesma pancadaria que vitimou Marina no primeiro turno já está em curso no segundo contra Aécio. O tucano chegou a ser surpreendido pelo grau de preparo da adversária para o debate da Band. Controlou o Dilmês e seguiu dentro do roteiro traçado pelo mago João Santana. O tucano não conseguiu pautar o derby.

Aécio até o momento se manteve na defensiva. Não ataca, nem agride. Os manuais dizem que o candidato que está na frente não deve bater, ou seja, não deve tomar conhecimento do adversário. A campanha do PSDB, por enquanto, não toma conhecimento dos ataques petistas. Mas vale um alerta: o adversário é o PT e esta é uma campanha de segundo turno, de tiro curto, sem espaço para erros. Aqui, a campanha negativa e a rejeição imperam - a de Aécio já subiu. Se o PSDB não reagir no nível do PT, pode conhecer o cadafalso. Marina desceu do Olimpo e conheceu a lona com a mesma estratégia.

Os tucanos tem no debate seu grande trunfo. Datafolha e Ibope não captaram o resultado do ringue da Band, que teve enorme audiência. Hoje, o pugilismo político se encontra na casa de Sílvio Santos, o SBT. Os trackings de final de semana darão a tônica para o debate da Record, no domingo. Aí entramos na reta final. Última semana. Pancadaria será pouco. Enquanto isso, o Ibope não quer se incomodar. Não divulgará pesquisa de boca de urna.

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