terça-feira, junho 12, 2018

Impopularidade Contagiosa

A campanha de Henrique Meirelles pode estar acabando sem ao menos começar. Nascida de uma costela do governo Michel Temer, tem absorvido todos os seus desgastes. A recente greve dos caminhoneiros foi apenas mais um episódio que ajuda a provar esta tese.

Meirelles patina ao redor de 1% e tem potencial para ver sua candidatura desaparecer tão logo chegue agosto e as convenções partidárias. Quem deseja atingir longevidade neste quadro eleitoral, precisaria mostrar musculatura nas pesquisas desde já, sob o risco de sair do jogo antes da partida iniciar. Não é o caso do ex-ministro de Temer.

Os números do Presidente não ajudam Meirelles. 82% rejeitam o governo. Diante de números tão ruins, fica difícil para qualquer candidato levantar voo. A impopularidade de Temer contamina a campanha de seu antigo ministro.

O objetivo de Meirelles era se tornar o Fernando Henrique de Temer, assim como ocorreu com o ex-Presidente durante a gestão de Itamar Franco. A diferença é que FHC tinha algo concreto para entregar ao eleitor: o fim da inflação carimbada pela introdução de uma nova moeda. Os feitos de Meirelles são mais tímidos e ainda não se fizeram sentir pelo principal ator deste processo, o eleitor.

A economia ainda é um problema para o brasileiro. Apesar da propalada recuperação encabeçada pelo governo, os números não convencem. 72% do eleitorado acha que a economia piorou. Diante de um quadro deste, qual a chance de vermos seu principal fiador tornar-se um candidato competitivo?

Michel Temer possuía dois pilares que sustentavam seu governo. Um deles era a economia, que depois de uma recessão profunda induzida por Dilma, começava a acordar do coma. Entretanto, a alta do dólar e lenta recuperação dos níveis de emprego fez este discurso se perder. O abastecimento, promovido por uma agricultura robusta, também foi atingido. A inoperância e lentidão do governo diante da greve dos caminhoneiros conseguiu abalar também este importante pilar.

A impopularidade do governo Temer contamina Meirelles e fará o mesmo com qualquer nome que eventualmente ocupe seu lugar. O MDB acabará operando sua especialidade, ou seja, fazer uma boa bancada e vender caro seu apoio ao próximo governo.

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