quinta-feira, dezembro 05, 2013

A Credibilidade de Obama

Os números de Obama vem despencando por várias razões. Mas é preciso entender a sociedade americana para analisar bem as origens dos problemas enfrentados pelo Presidente. A grande questão neste momento é a falta de credibilidade, ou seja, existe uma desconfiança dos americanos quanto ao que ele diz. Faltar com a verdade, torcer acontecimentos, para os americanos, é um pecado cruel. De certa forma ele cruzou esta linha em dois assuntos importantes.

O menos grave dos dois temas é a Síria, já que é um assunto que não afeta diretamente os americanos. Quando Obama mencionou que existia um limite para Assad, que seria o uso de armamentos químicos, todos acreditavam que ali estava realmente um limite. Certamente a política internacional é muito mais complexa do que isso, mas a sociedade americana interpreta as coisas da sua maneira. O fato de Obama ter prometido agir no caso de uso de armas químicas e não ter cumprido a promessa, leva muitos americanos a questionar se a palavra do Presidente tem algum valor.

O segundo tema é o Obamacare. Este é um assunto mais delicado. O Presidente veio a público tempos atrás e disse aos americanos que eles poderiam manter seus planos de saúde caso assim desejassem. Quando veio a implementação do Obamacare não foi bem isso que aconteceu. Como o sistema de seguro vendido pelo governo tem uma cobertura mínima, ele agiu no mercado, forçando que os outros planos tivessem a mesma cobertura básica do Obamacare, logo, milhares de americanos estão sendo notificados a reajustar seus planos pois a cobertura está sendo expandida.

Aqui não funciona o raciocínio brasileiro. Muitos diriam que o plano mudou para melhor, que agora existe mais cobertura. Não funciona assim na mente dos americanos. Eles são uma sociedade contratual onde o valor da palavra é a base das relações. Malandragem não engata nos Estados Unidos. Jogo de palavras não funciona por aqui. A decepção com Obama neste quesito é enorme e isto explica porque tantos deixaram de confiar no Presidente.

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