quinta-feira, janeiro 31, 2008

Edwards fora. Obama recebe apoios e vive "momento"

John Edwards anunciou que está fora da disputa pela indicação pelo partido Democrata. Seu desempenho tem sido bem pior do que em 2004, mas alerto mais uma vez para o que já havia dito: Edwards busca um lugar na chapa Democrata como Vice.

Obama recebeu apoios esta semana e está em alta. O senador Edward Kennedy apresentou seu apoio. Além disso, apesar de Hillary ter vencido na Flórida, os números devem ser olhados com cautela, em especial no que tange a evolução dos dois candidatos. Isto pode indicar um fator interessante favorável a Obama no que tange a Super Tuesday.

Na Flórida, há um mês, Hillary vencia entre os indecisos com folga, com mais de 20% de vantagem. A diferença foi diminuindo e no dia da eleição caiu para zero, ou seja, 35% para Obama e 35% para Hillary. Isto mostra um bom trabalho da equipe de Obama e além de tudo indica que o senador por Illinois ganha momento em um período sensível e crucial da campanha, a poucos dias da Super Tuesday.

Os Clinton terão que usar todo seu capital e habilidade política para lidar com a ascenção de Obama, que angaria o apoio de leões do partido, como Kennedy, e ainda vive um "momento" de embalo natural de sua campanha.

Meu prognóstico é de que Hillary leva a indicação, mas Obama pode surpreender.

quarta-feira, janeiro 30, 2008

McCain. O republicano do momento

A noite da Flórida foi, finalmente, de McCain. Ele venceu com uma margem de 5% para Mitt Romney, o segundo colocado. A diferença foi maior do que esperava e mostra mais uma vez a competência de sua campanha, que depois de reformulada, tem dado uma banho de estratégia. Por menor que possa parecer, minha leitura é de que sua vitória foi contundente.

O cenário neste instante fica dividido entre o "momento" de McCain e os fartos recursos pessoais de Romney, empenhados no objetivo de ganhar a indicação. Fica também entre a simpatia de McCain e a forte capacidade de comunicação de Romney.

Giuliani, como já havia dito aqui, não usou a estratégia correta. A concentração de esforços na Flórida foi um erro, assim como a falta de foco em locais como New Hampshire, Iowa e Carolina do Sul. Vencido na Flórida, desistiu de tentar a indicação.

E como a estrela de McCain não pára de brilhar, o apoio de Guiliani foi justamente para ele. Um apoio importante que pode abrir caminho para o ex-prefeito de Nova York compor a chapa como Vice de McCain. Mais um entra na disputa, portanto.

A corrida entre os Republicanos se estreitou, como prevíamos, entre McCain e Romney. O Senador já saiu na frente.

terça-feira, janeiro 29, 2008

McCain e Lieberman

Enquanto corre a terça-feira decisiva na Flórida, começaram a surgir especulações sobre quem poderia concorrer como candidato a vice-presidente em algumas das chapas.

O nome cogitado para fechar chapa com McCain é o senador Joe Lieberman, de Connecticut.

Ele foi candidato a vice com Al Gore em 2000, mas rompeu com o Partido Democrata depois de perder as primárias para disputar sua reeleição no Senado. Renegado pelos colegas de partido, que resolveram apoiar o candidato democrata Ned Lamont, Lieberman resolveu concorrer como independente...e venceu. Os Democratas perderam um assentou significativo no Senado e Lieberman surgiu como um forte a respeitado parlamentar independente.

Desde dezembro Lieberman apóia McCain para Presidente. Os dois são considerados homens moderados no Senado e com ótimo trânsito entre os dois partidos. Os dois são nomes agregadores e inteligentes articuladores políticos. A chapa é simpática e atraente, apesar de faltar um nome sulista, mas Lieberman pode ser o nome que trará os eleitores de centro que McCain precisará.

Lieberman garante que não deseja concorrer novamente para a Vice-Presidência e reafirmou isto nesta terça. Se não concorrer como vice, certamente Lieberman teria uma presença marcante em um eventual governo McCain.

Mas para quem já assistiu o magnífico filme "Lions for Lambs", e entende as entrelinhas da política, fica uma dúvida: Até que ponto Lieberman realmente não estaria buscando a Vice-Presidência?

segunda-feira, janeiro 28, 2008

McCain em pequena vantagem na Flórida

A corrida Republicana pela Flórida continua muito disputada, mas McCain continua com uma pequena diferença. Desta vez a pesquisa divulgada foi pela Reuters/C-SPAN/Zogby. Nela McCain chega a 33% e Romney a 30%.

A diferença está sendo consolidada aos poucos e isto pode ser sentido pelos apoios que McCain vem agariando. O popular governador da Flórida, Charlie Crist, que conta com 60% de aprovação, endossou McCain e isto pode fazer a sutil diferença a favor do senador pelo Arizona. O senador republicano de origem cubana, Mel Martinez, também o apóia, uma grande ajuda em um estado com forte concentração de voto latino.

McCain também apresentou bons resultados na Califórnia, que elege na Super Tuesday 170 delegados para a convenção dos republicanos. Ali ele abriu 13 pontos, segundo a CNN/Opinion Research Corp, chegando a 39%, e Romney alcança 26%.

Por isso a importância da Flórida. Quem vencer ali chegará com um bom folêgo para Super Tuesday. Os endossos de Charlie Crist e Mel Martinez podem ser fundamentais para McCain.

domingo, janeiro 27, 2008

Obama reabilitado pelo Sul

Barack Obama respira aliviado. Uma vitória na Carolina do Sul era fundamental. Depois de surpreender em Iowa, ele perdeu por pouco em New Hampshire e Nevada. Hillary Clinton estava ganhando momento, portanto, uma vitória de Obama era essencial para estancar a subida da Senadora. A vitória veio e de forma contundente.

Se a vitória era fundamental para Obama e uma derrota fatal, vale mensurar como veio seu êxito. Certamente a vitória de Obama foi mais expressiva do que se esperava, especialmente pelo eleitorado negro do Sul sempre ter sido fiel a Bill Clinton. Este confronto evidenciou o que se tornou uma verdade: Hillary não é capaz de quebrar a hegemonia sólida do voto negro em Obama. O mesmo deve se repetir nos outros estados do Sul.

Ele obteve 80% do voto negro. No resultadoo final Obama obteve 55%, Hillary 27% e Edwards, que venceu no estado em 2004, chegou em terceiro com 18%.

Obama adotou um discurso conciliador, como tem feito desde o início da campanha, sem acirrar uma disputa que poderia facilmente ser levada para o lado racial.

O mais importante é que Obama chega vivo na Super Tuesday, onde talvez a força de Hillary venha a prevalecer, mas isto não impede o Senador de ainda lutar de forma competitiva pela indicação democrata. A Carolina do Sul veio em boa hora para Obama.

Fiquem com as palavras de Barack Obama e avaliem por si mesmos o potencial do Senador por Illinois: "Nestas eleições não se trata de escolher segundo a região de cada um, a religião ou o gênero. Não se trata de ricos contra pobres, jovens contra velhos, nem brancos contra negros. Trata-se (de uma batalha) do passado contra o futuro. Estive vários dias viajando pelo estado, e eu não vi uma Carolina do Sul branca e outra negra. Vi uma só Carolina do Sul"

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Debate Republicano

Há pouco terminou o debate entre os republicanos. O nível foi mais alto do que o debate entre os democratas, sem trocas de acusações ou confrontos diretos. A estratégia adotada pelos candidatos certamente foi a mais correta.

Mitt Romney foi quem mais ganhou com este debate. Sua evidência e seus pontos fracos poderiam ser explorados pelos outros candidatos, mas todos preferiram não se expor e deixar fluir um lado mais cordial. Por isso Romney sai na frente. Contou para ele tambéem o fato de ter atacado diretamente os Clinton várias vezes, tanto Bill, quanto Hillary.

McCain foi cauteloso, já que está em ascenção e, portanto, preferiu não arriscar. Saiu ileso do debate, controlando os âncoras com classe e habilidade.

Giuliani foi bem, mas não seria este debate que faria suas intenções de voto subir. De um modo geral debates servem para abater candidaturas, não para impulsioná-las.

Ron Paul foi um show em separado. Suas posições libertárias mostram muito do que o Partido Republicano já foi em certos aspectos e serve como referencial dentro do partido.

Huckabee saiu como entrou, sem arranhões, mas também sem vitória expressiva.

Ao final, saiu em vantagem aquele que mais teria a perder, Romney, que usou o espaço aberto sem agressões entre seus pares para sair em combate com os Democratas. Certamente ganhou pontos. O debate não altera substancialmente o que se pode prever para a Flórida. McCain pode ser alcançado por Romney, se este otimizar sua estratégia, mas Giuliani e Huckabee devem manter distância dos líderes.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

McCain segue em ascenção

Poucos perceberam, mas o Partido Republicano anunciou nesta quarta-feira que McCain saiu vitorioso no caucus da Louisiana. Ron Paul ficou em segundo e Romney em terceiro.

Apesar de o caucus da Lousiana não ser muito representativo, chega em ótima hora para McCain, que desde as primárias de New Hampshire vem em plena ascenção, consolidada com a vitória nas primárias da Carolina do Sul.

McCain chega em ótimo momento na Flórida. Todas as pesquisas apontam sua liderança, como o Miami Herald and the St. Petersburg Times com 25% e o American Research Group, que leva suas intenções de voto ainda mais acima, chegando aos 29%.

O único nome que, por enquanto, ameça McCain é o de Mitt Romney, que possui uma estrutura de campanha altamente profissional e potencializada pela fortuna pessoal do ex-governador de Massachusetts. Seus números oscilam entre 22% e 23% nas mesmas pesquisas.

Quem parece não ter decolado até o momento é Rudy Giuliani. O ex-prefeito de Nova York, que apostou todas suas fichas na Flórida, parece não conseguir sair da faixa dos 15%, empatato tecnicamente com Huckabee. Sempre disse que sua estratégia é muito arriscada - e todos comentam que sua campanha tem sérios problemas em levantar mais apoio financeiro.

A Lousiana foi uma pequena vitória, mas valiosa e no momento certo, que embala ainda mais a campanha de McCain. O timing não poderia ser mais perfeito, assim como a desistência de Thompson, que pode ajudar o senador pelo Arizona. Nesta quinta haverá debate, mas a estrela de McCain parece começar a brilhar, no momento certo.

terça-feira, janeiro 22, 2008

Thomposon abandona batalha pela indicação Republicana

Escrevi aqui que esperava pela desistência de Thompson, especialmente pelo discurso que ouvi em Columbia, Carolina do Sul, no último sábado. mas agora é oficial: Thompson abandonou a corrida republicana pela Casa Branca.

Acreditei que ele poderia ainda tentar alguma reação na Flórida, mas como já lembrei neste espaço seria difícil ele reverter a situação. Ele seria derrotado novamente e não chegaria com fôlego para a Super Tuesday. Preferiu sair agora e isto abre um leque de opções.

A primeira delas é a migração de seus votos. A primeira e mais clara opção no momento é que seus eleitores acompanhem McCain. Thompson já apoiou o senador do Arizona em 2000 e a possibilidade de isto ocorrer não é pequena. Sua presença na última primária tirou votos de Huckabee e evitou que o ex-governador do Arkansas vencesse na Carolina do Sul. Em outras palavras, a presença de Thompson garantiu a vitória de McCain na Carolina do Sul.

Os (agora preciosos) votos de Thompson na Flórida, já começaram a ser cortejados. Romney já disse que ele naturalmente deve receber os votos de Thompson, pois ele teria as mesmas credenciais conservadoras que o senador do Tennessee. Existem dúvidas sobre isso. O certo é que esses votos não devem acabar com Giuliani.

Thompson pode estar mirando ou credenciando-se para ser o nome natural para Vice-Presidência republicana. Dependendo da escolha principal, possui grandes chances, pois pode trazer equilíbrio, conservadorismo e serenidade para a candidatura.

Tudo ainda são especulações, mas pode-se medir o alcance da desistência de Thomspon e suas principais consequências, que neste momento podem ser medidas e avaliadas.

Pessoalmente gosto muito de Thompson e, além de torcer para que seu papel na sucessão ainda não tenha terminado, acredito que o pêndulo político pode voltar a bater em sua porta.

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Democratas, Nevada e a Carolina do Sul

Esta batalha Obama perdeu, por pouco. Depois de receber apoio de sindicatos do Nevada, tudo indicava que Barack Obama ganhava fôlego para alcançar Hillary Clinton, que era favorita. Obama veio crescendo, mas não conseguiu ultrapassar a senadora por Nova York.

Depois de ganhar o momento em Iowa, Obama perdeu em New Hampshire e agora no Nevada. Obama precisa recuperar seu folêgo e nenhum lugar seria melhor para isto ocorrer do que o Sul dos Estados Unidos na semana do Martin Luther King's day. A conjunção é favorável para Obama, mas Hillary tem trabalhado forte no Sul, onde seu marido sempre teve muito apoio.

Se Hillary vencer na Carolina do Sul neste sábado, a candidatura de Obama sofrerá um forte abalo, pois chegará sem embalo para o grande embate do início de fevereiro. Por outro lado, uma vitória de Obama na Carolina do Sul recolocaria a campanha equilibrada e sem possibilidade de previsão clara.

O debate desta semana está centrado nas especulações sobre o direcionamento do expressivo voto negro e do feminino, que podem derecionar as primárias democratas pela Carolina do Sul.

O momento é crucial para Obama. Ele, no meu ponto de vista, ainda é o nome forte dos Democratas para a eleição presidencial. Mas não falta experiência política em Hillary para no momento certo ganhar a indicação. Esta semana é crucial para os democratas. Hoje é noite de debate. Vamos ficar atentos.

domingo, janeiro 20, 2008

Republicanos, Nevada e Carolina do Sul

Este foi um final de semana que deixou as campanhas republicanas mais claras na minha opinião, ao contrário do que está sendo dito.

Estive na Carolina do Sul para acompanhar as primárias republicanas. Deu a lógica. McCain já havia preparado sua estratégia no estado desde que perdeu para Bush em 2000. Na faixa litorânea foi absoluto e finalmente conseguiu angariar mais votos para evitar a vitória de Huckabee, que vinha embalada pela froteira oeste fortemente evangélica. McCain chegou aos 33% e Huckabee aos 30%.

A fato triste ficou por conta de Fred Thompson. Ele calculou que sua ofensiva nasceria do Sul (ele é do Tennessee) e escolheu a Carolina do Sul como este ponto de partida. As estratégias de McCain e a forte base evangélica de Huckabee evitaram que isto ocorresse. Infelizmente Thompson chegou aos 16%, apenas um ponto na frente de Roomey. Gosto muito de Thompson e torço para que ele possa se recuperar, apesar de achar que seja um trabalho difícil, especialmente depois do discurso de ontem, que abriu caminho para sua despedida. A Flórida será tudo ou nada para ele.

Roomey tem muito a comemorar, assim como McCain. Brilhou sozinho no Nevada, estado vizinho ao mormon Utah, onde obteve 55% dos votos. Depois do Michigan e com o Nevada nas mãos ganhou "momento" na corrida e agora chega embalado para Flórida.

Giuliani buscará finalmente sua redenção, Roomey, a consolidação, McCain, a certeza do renascimento, Thompson verá sua provável última chance e Huckabee tentará chegar com folêgo na Super Tuesday.

Sabemos o que deseja cada um e a Flórida acomodará este processo. Roomey tem competência e o momento nas mãos. O debate desta semana pode encaminhar as coisas.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Obama cita Reagan. Edwards reage.

Barack Obama, em campanha no Nevada, citou, vejam só, o maior ídolo dos republicanos, Ronald Reagan.

"(Reagan) mudou a trajetória da América de uma forma que Richard Nixon nem Bill Clinton conseguiram". Sim, você leu certo, Bill Clinton. Mas Obama foi além, e disse “Ele (Reagan) tocou no ponto importante, naquilo que os americanos sentiam. Nós queremos otimismo, um retorno ao senso de dinamismo e empreendedorismo que estava faltando".

A resposta de Edwards veio rápido, dizendo que Reagan atacou a classe média, beneficiou os ricos e foi intolerante com empregados e sindicatos. Pessoalmente, discordo frontalmente. Reagan, como bem colocou Obama, trouxe os Estados Unidos de volta ao seu caminho. Foram anos de glória, otimismo e concretização de sonhos.

O porta-voz de Obama ainda tentou reverter o impacto de suas palavra, dizendo que citou Reagan pela sua qualidade de agente de mudanças.

Mas o "estrago" estava feito. E Obama pode ter ganhado mais alguns votos.

Felizmente os americanos estão longe de pensar como John Edwards.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

E Romney continua no páreo..

A batalha do Michigan foi vencida por Romney. Isto deixou sua candidatura ainda viva. Uma derrota teria sido fatal.

McCain não se deu por vencido e continua com sua estratégia de ir pouco a pouco. Uma vitória no Michigan teria consolidado uma virada. Não veio.

Agora o foco está na Carolina do Sul. Giulianni deve seguir longe de Columbia. Seus esforços estão na Flórida e ele pretende virar o jogo na Super Tuesday, no início de fevereiro. Não deixa de ser uma estratégia arriscada. McCain nem esperou os resultados do Michigan para chegar na Carolina do Sul.

Neste sábado as primárias serão no por lá e no Nevada. Romney espera conquistar o Nevada, enquanto a batalha pela Carolina do Sul pode selar o destino de outras candidaturas. Fred Thompson colocou todo seu esforço no estado do Sul e espera vencer, ganhando embalo para a Super Tuesday. Uma derrota pode selar o destino de Thompson, ou ser início de sua ascendência.

Huckabee, McCain, Thompson e Romney. O jogo está aberto enquanto Rudy luta pela Flórida.

terça-feira, janeiro 15, 2008

A Batalha do Michigan

Do lado republicano, já foi iniciada a batalha pelo estado do Michigan. As prévias Republicanas estão ainda em aberto, com um vencedor em Iowa, outro em New Hampshire e outro no Wyoming.

Exatamente por isso o Michigan se torna ainda mais interessante. Detroit está longe de ser o grande centro que um dia já foi e o desemprego no estado chega a assustadores 7,4% (eles não conhecem o Brasil...). Lá, as chances de Romney são grandes, afinal de contas ele nasceu no Estado e seu pai foi um dos mais populares governadores da história regional.

Mas McCain, que parecia estar com a campanha acabada no ano passado, renasceu das cinzas depois da vitória em New Hampshire. O Michigan seria a consolidação do seu movimento de volta ao cenário central da campanha e ao mesmo tempo abalaria fortemente a campanha de Romney, que investiu fortemente nas primeiras primárias. Huckabee, que venceu em Iowa, ficará feliz com um terceiro lugar.

Se o Michigan pode trazer a primeira definição concreta do lado Republicano, a segunda pode vir em breve, nas prévias da Carolina do Sul. Fred Thompson, que entrou tardiamente na campanha, pode dar adeus se não vencer por lá. Mas está é uma outra história que tratarei aqui nos próximos dias.

Enquanto isso, Giuliani concentra seus esforços na Flórida.

Mas a primeira definição pode vir ainda hoje do Michigan, estado vencido por McCain em 2000, quando disputava a indicação com George W. Bush, mas também terra de Mitt Romney, vencedor no Wyoming e segundo lugar nas prévias de Iowa e New Hampshire. A sobrevivência de cada um está nas prévias em que qualquer um pode votar - não é necessário ser republicano para votar nas prévias do partido naquele estado.

Edwards. Em busca da Vice-Presidência Democrata

Todos estão preocupados com a batalha entre Hillary e Obama. Estão errados. O ponto mais importante do embate Democrata infelizmente está encoberto pela batalha entre os dois grandes.

Alguém já se perguntou porque John Edwards insiste em continuar na disputa sem ter qualquer chance? A resposta se chama: Vice-Presidência. Com as chances de um Democrata chegar a Casa Branca em alta, o lugar mais estratégico para aquele que sabe que não vencerá as prévias e, se vencesse, não levaria a eleição, está na carona de Hillary ou Obama.

Edwards, que possui o peso dos sindicatos ao seu lado, será a única opção na briga entre Obama e Hillary. A tensão entre os dois chegou a um nível que impossibilita a formação da chapa presidencial dos sonhos dos democratas, Obama-Hillary ou Hillary-Obama. A opção natural será Edwards no segundo posto.

Hillary teria força para frear o ímpeto de Edwards. Com Obama seria diferente. Com menos experiência aqui em Washington, o senador teria a tendência de abrir mais espaço para o representante dos privilégios dos sindicatos. Uma Casa Branca sob a sombra de um VP forte como Edwards, neste caso, é preocupante. Obama levaria os votos, Edwards colheria os frutos.

Portanto, de qualquer forma, do lado Democrata, sugiro que uma atenção especial seja dada a Edwards. É bom entender o que pensa, que aspirações possui e o que pretende caso chegue a ocupar a Vice-Presidência.

sábado, janeiro 12, 2008

Diários de Washington

Mais uma mudança nos rumos deste Blog.

Nos últimos meses, desde Viena e outras cidades européias, busquei tratar dos assuntos do Velho Mundo, dos temas relevantes europeus, sob a ótica de alguém que vivia o dia-a-dia da política do continente. A idéia era trazer uma visão crítica e uma profundidade que muitas vezes falta na imprensa brasileira.

Assim como os Diários de Madrid nasceram e tiveram seu fim com o nascimento dos Diários do Velho Mundo, agora chegou o momento deste abrir espaço para os Diários de Washington.

A partir de agora, desde a capital dos Estados Unidos, passarei a redigir os diários, dentro do mesmo modelo e guardada a mesma forma dos dois anteriores. Chego aos Estados Unidos durante um momento especial, as primárias dos dois principais partidos americanos com foco na corrida Presidencial dentro de alguns meses.

Será um período muito interessante, com vasto material para análises críticas e mais profundas, sem o cocoete esquerdista e anti-americano que tomou por completo a imprensa brasileira. Assim como fiz na cobertura da campanha presidencial francesa, que acompanhei para este Blog desde Lyon e Paris, procurarei desfazer os pequenos mitos que geram erros brutais de avaliação e cegam os leitores desavisados.

Chegam os Diários de Washington no ano das eleições presidenciais. Será um grande desafio, mas extremamente gratificante. A cobertura deste Blog seguirá atrelada ao Parlata, assim como a sua linha editorial.

Desejo uma ótima leitura. Este tem tudo para ser o ano das eleições mais interessantes dos últimos tempos na América.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Sarkozy mira nas 35 horas de trabalho

Será neste ano a grande e mais importante reforma que Sarkozy prometeu em campanha, o fim das famigeradas 35 horas de trabalho semanais.

O anúncio foi realizado perante 600 jornalistas que cobriam o discurso de abertura do ano.

A jornada de 35 horas introduzida pelo governo de Lionel Jospin está com os dias contados. Felizmente.

A França voltará a ter mais poder aquisitivo com a medida, garantiu Sarkozy. Não tenho a menor dúvida de que ele está correto.

domingo, janeiro 06, 2008

Lujbljana dá as cartas

Não demorou muito para que a Eslovênia começasse a realizar movimentos concretos na Presidência rotativa da União Européia. Seu foco, como já disse aqui anteriormente está baseado nos interesses do Leste e especialmente relativos a ex-Ioguslávia, da qual a Eslovênia já fez parte.

Dimitrij Rupel, ministros de Relações Exteriores da Eslovênia pressiona Bruxelas para aceitar a Sérvia o mais rápido possível no Acordo de Associação e Estabilização da UE, o primeiro movimento em direção a aceitação como membro pleno. Atualmente, a Sérvia está sendo pressionada a entregar o general Ratko Mladic e o ex-dirigente Radovan Karadzic para o Tribunal Penal Internacional da ex-Ioguslávia. Eles são acusados de genocídio e crimes de guerra.

O papel da Eslovênia está em frear as resistência de Bélgica e Holanda especialmente, que exigem a entrega de Mladic e Karadzic para que a Sérvia dê um primeiro passo em direção a UE.

Mas talvez o mais importante seja trazer a Sérvia para a área de influência da UE o quanto antes. Moscou tem planos de trazer Belgrado para mais perto do Kremlin, o que seria um desastre para o Ocidente. A Eslovênia está certa em tentar furar o bloqueio de Bélgica e Holanda de forma urgente.

A Sérvia terá eleições em poucos dias, em janeiro. Boris Tadic, o mais pró-ocidente dos candidatos e atual Presidente, pode não ser o ideal, mas talvez tenha a senha de estabilização da Sérvia junto a UE. A Eslovênia está pavimentando o caminho para que isto aconteça.

Lujbljana começa sua Presidência na direção correta.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Lujbljana no centro da Europa

Quem conhece a capital da Eslovênia, Ljubljana, sabe que esta ainda é uma das mais belas jóias européias ainda não descobertas pelos turistas. E desde o início deste ano Ljubljana é a mais nova capital da Europa, uma vez que a Eslovênia assumiu a Presidência rotativa semestral da UE.

Este é o primeiro antigo país comunista do Leste a assumir o cargo, e neste ponto reside o significado da Presidência eslovena. Certamente Ljubljana entrará no mapa político europeu pelos próximos meses e temas relacionados com a antiga Ioguslávia estarão na pauta. Um Kosovo independente, não reconhecido pela Sérvia e a Croácia que se move rapidamente para tornar-se o mais novo sócio do clube sediado em Bruxelas. Estes serão temas relevantes na agenda européia pelos próximos seis meses.

O outro anúncio importante da virada do ano foi a entrada de Chipre e Malta na zona Euro. Os dois países cumpriram com todas as exigências de Bruxelas e agora tornam-se membros em um novo patamar. Especula-se que finalmente a Dinamarca pode aderir ao Euro em 2009, enquanto outros países do antigo Leste ainda lutam para colocar as contas em dia e poder entrar na zona Euro.

A Eslovênia, talvez o mais desenvolvido e estável país Europeu do antigo Leste Comunista, já faz parte da zona Euro, e pelos próximos seis meses presidirá a União. A bela Lujbljana inesperadamente tornou-se o novo centro da Europa.