terça-feira, março 25, 2014

O Fator Rand Paul

Se os democratas olharem com atenção para Rand Paul, eles enxergam um adversário que pode assustar. O Senador republicano por Kentucky carrega uma conexão com a juventude e um discurso cheio de idealismo que lembra um Barack Obama no começo de seu percurso. Mas ao contrário do Presidente, Rand Paul carrega na herança genética as características de um libertário. Esta autenticidade tem levado principalmente um público jovem a se aliar ao seu desafio de chegar ao Salão Oval. 

Rand Paul tem um discurso que agride os ouvidos de muitos democratas e também de alguns republicanos mais conservadores, mas que empolga setores democratas e republicanos. É o tipo do candidato que se afasta dos extremos de ambos os partidos, mas consegue unir eleitores que convergem para o centro, além de trazer uma imagem interessante.

Ele ataca ferozmente a política de espionagem e o crescimento do aparato de vigilância do Estado, um processo iniciado na presidência de Bush e aprofundado de forma intensa durante os anos de Obama. Este posicionamento o afasta dos republicanos mais conservadores e dos democratas interventores, mas o aproxima de um movimento que vem se consolidando na medida que Obama se desgasta perante a opinião pública. 

Rand Paul pode ser a grande sensação desta eleição presidencial, mas também pode ficar de lado, sem apoio dentro do próprio partido para vencer as primárias, mesmo sendo uma estrela do Tea Party. Para isso, ele acredita na criação de uma onda, similar a estratégia de Obama em 2007 e 2008, ou seja, um movimento que neste caso pode ultrapassar as barreiras do seu partido e torná-lo viável. Um candidato republicano que se movimenta com naturalidade entre eleitores democratas é uma grande vantagem, mas Paul corre um risco: não conseguir tirar os conservadores de casa para votar. 

De uma forma ou de outra, pela primeira vez o movimento libertário encontra uma voz com liderança suficiente para desequilibrar a eleição. Mais do que um mensageiro, como seu Pai, Rand Paul pode ser o portador da mudança. Não exatamente aquela prometida por Obama, mas que seu eleitorado adoraria apoiar.

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