Conversando aqui em Washington sobre os rumos da campanha com um grande amigo, economista Silvério Zebral, com que trabalhei em diversos processos eleitorais, surgiu um comentário espetacular. Ele cunhou a seguinte frase que retrata a mudança de rumo da eleição: "A governabilidade mudou de lado".
De fato, poucas coisas explicam tão bem os rumos da política nacional quanto o barômetro do PMDB. Conseguimos enxergar o rumo dos acontecimentos simplesmente prestando atenção nos caminhos que o "partido da governabilidade" toma a cada episódio eleitoral.
Na última semana, a bancada do PMDB na Câmara fez sua opção por Aécio Neves. Mas o partido estava rachado: 59% havia decidido por Dilma na convenção. "Ali ficou claro que o partido estava liberado" segundo o deputado Eduardo Cunha, líder da agremiação na Casa,
Além do mais, o PMDB da Câmara sabe quem é Aécio Neves. O tucano presidiu a Casa depois de vencer uma eleição dada como perdida por muitos pares. Aécio soube articular muito bem sua candidatura e naquele momento nasceu para a política nacional, tornando-se um tucano importante.
O PMDB da Câmara não gosta de Dilma, pois ela detesta negociar com políticos. Se reeleita, o embate com o provável próximo Presidente da Câmara, o próprio Eduardo Cunha (desafeto de Dilma) será intenso. Com Aécio, o PMDB sabe onde estará pisando, já que o tucano, antes de governar Minas e ir para o Senado, passou longa temporada pelos tapetes verdes da Casa.
O PMDB aponta para Aécio, afinal os ventos da governabilidade sopram cada vez mais fortes para o lado tucano.
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