terça-feira, fevereiro 16, 2010

Crise em Brasília

O governador José Roberto Arruda apostava na manutenção de seu poder em Brasília. Tinha a Câmara Distrital nas mãos, o que impedia o avanço de uma ação via impeachment. Este era o ponto central que lhe dava sustentabilidade.

Entretanto, tudo indica que o governador errou o cálculo quando tentou, até onde é possível saber, interferir nas investigações. Motivou um pedido de prisão, que bem articulado, foi levado a cabo juntamente com um pedido de intervenção federal. Os golpes certeiros, em diferentes frentes, desarticularam o Governador.

Sua base de apoio, na esperança de ainda manter-se viva, agora aceita entregar a cabeça de Arruda e não deve demorar para os processos de impeachment, ora negligenciados, começarem a andar. A pressão também chega do DEM, que não deseja se contaminar ainda mais, e já pede a expulsão do vice de Arruda, Paulo Octávio, que equilibra-se para tentar manter o cargo.

Arruda não deve voltar ao governo, uma vez que além de sua prisão, foi decidido seu afastamento do governo do DF. Resta saber se o grupo que gravitava em volta do Governador, conseguirá salvar-se.

Tudo começa e termina com a habilidade de articulação de Paulo Octávio. De sua capacidade política depende sua sobrevivência, assim como de um grupo e um movimento, frente ao governo. Se faltar apoio dos seus, estes poderão ser os próximos, assim como em um jogo de dominó. As forças políticas que se movem, ao contrário do que muitos pensam, transcendem o DF, são poderosas, estão no poder e alimentam o vendaval pode ainda atingir muitos daqueles que pensam ter passado incólumes pela tormenta.

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