terça-feira, fevereiro 23, 2010

A Renúncia de Paulo Octávio

Paulo Octávio, Vice-Governador em exercício do Distrito Federal, resolveu optar pela renúncia. Na verdade, a razão foi não conseguir lidar com as pressões para manter a governabilidade e sustentar-se politicamente.

Neste ponto residiu o problema de Paulo Octávio. Ele não é um político. Seu êxito e méritos como empresário são conhecidos por toda a cidade, entretanto, quando confrontado com os planos mais sensíveis da política, durante uma crise aguda, não soube movimentar-se com a mesma desenvoltura mostrada na condução de seus negócios.

O plano político possui rotas e saídas próprias e aqueles que se aventuram por seus caminhos sem conhecê-los, acabam derrotados durante sua caminhada. Foi o caso de Paulo Octávio.

Contra ele, juridicamente, era apenas acusado. As denúncias contra ele carecem da contundência daquelas que pesam sobre Arruda, por exemplo. Neste sentido, possuía maior margem de manobra para costurar a governabilidade e evitar a intervenção federal.

A saída de Paulo Octávio de cena fortalece a tese da intervenção, algo que os grupos políticos que habitam o Distrito Federal não desejam. Este era outro trunfo que fugiu ao seu entendimento político e sua habilidade negociadora. Ele tentou, mas o empresário não trabalha na mesma sintonia que a política.

Paulo Octávio sempre sonhou governar Brasília. Governou, por 12 dias. Para estar a frente da administração pública é preciso muito mais do que competência empresarial. Se a vida pública lhe brindar com uma nova chance no futuro, deve manter isto em mente.

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