sexta-feira, julho 05, 2013

Crise Portuguesa

Portugal mergulhou em uma perigosa crise política. O ponto central do problema está na coalizão conservadora que dirige o País, uma aliança entre PSD e CDS-PP. Diferenças entre ambos podem levar  ao fim prematuro do governo, uma vez que a rompimento do acordo político entre os dois partidos faz cessar a maioria parlamentar. Neste caso, o Presidente Cavaco Silva precisa convocar novas eleições.

A preocupação européia com a situação política portuguesa faz todo sentido. O governo do Primeiro-Ministro Passos Coelho tem implementado um doloroso e necessário ajuste nas contas públicas. Foi eleito para isso depois que o governo socialista foi dissolvido em meio a crise econômica. O desequilíbrio criado pelos socialistas nas contas públicas é profundo, portanto, o ajuste, agora realizado pelos conservadores, é necessário, mas também impopular.

Logo percebemos que se houver a queda do gabinete conservador, é bem provável que os socialistas voltem ao poder. Isto preocupa, pois não está certo qual o seu grau de comprometimento com as reformas e ajustes que o país tem realizado. Se está ruim agora, certamente com os socialistas pode ficar muito pior.

A crise veio pelas mãos de Paulo Portas, dirigente da CDS-PP, que ocupava o cargo de ministro de Relações Exteriores. Reclama por mais espaço no governo de Passos Coelho, do PSD. Não gostou da escolha de Maria Luís Albuquerque para substituir o ministro de Finanças, Vítor Gaspar (também seu desafeto). Mostrou sua indignação apresentando sua carta de demissão. Passos Coelho não aceitou, afinal, se o líder da CDS-PP deixa o governo, constitui-se perda da maioria e a convocação de novas eleições.

Não parece ser razoável que Paulo Portas deixe o governo e entregue a vitória nas próximas eleições de bandeja para os socialistas. Tudo indica que Portas deseja alguma coisa e jogou sua carta mais perigosa. Será que pretendia o cargo de ministro de Finanças para pavimentar seu futuro ou apenas mais espaço político para a CDS-PP dentro do governo? Todas estas são questões que serão respondidas nos próximas dias.

O certo é que Paulo Portas jogou a política portuguesa em uma perigosa encruzilhada.

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