sábado, setembro 14, 2019

Livre Comércio (01/07/2019)

O acordo entre Mercosul e União Europeia deve ser encarado como um passo importante de nosso país rumo ao livre comércio. O Brasil é um país fechado, que ao contrário de outras nações, não faz uso pleno de seu amplo potencial exportador e importador, o que também interfere na atração de investimentos. Ao fazer a opção pelo protecionismo, nosso país se isolou dos fluxos internacionais de comércio, algo que precisa mudar se deseja alcançar novos patamares de crescimento.

Neste sentido, o acordo com a União Europeia torna-se um facilitador deste entendimento. Hoje, o Brasil, que poderia ser importante player dos fluxos de trocas internacionais, está presente em apenas 1,3% do comércio internacional, um patamar que não condiz com nosso potencial, mas é explicado pelas opções equivocadas que os governos passados tomaram, optando por um caminho ideológico onde faltava pragmatismo e visão de futuro.

Países como Alemanha, Japão, Chile, China, Espanha, Cingapura e Coréia do Sul conseguiram mudar de patamar usando como instrumento impulsionador o livre comércio. Se um país deseja crescer e avançar em termos tecnológicos, é preciso derrubar barreiras e abrir as portas ao comércio internacional. O isolacionismo, caminho contrário, é grande responsável pelo atraso vivenciado por tantas outras nações como o Brasil. Políticas protecionistas e de substituição de importações nunca jogaram uma nação sequer em um ciclo virtuoso e sustentado de crescimento.

Diante dos avanços nas negociações internacionais, o Brasil também precisa olhar para si mesmo e se preparar para entrar nesta nova dinâmica que se apresenta. Refém de políticas que possuem compromisso com o atraso, nosso país precisa apresentar reformas para tornar-se mais competitivo, destravar amarras regulatórias, equilibrar as contas públicas, tornando o governo mais enxuto e ágil, abrindo caminho para que nossas empresas possam entrar no jogo de forma competitiva. A falha em produzir estas reformas agora, forçará que no futuro sejam realizadas por pressão de nossa economia. O Brasil precisa deixar de ser o seu pior inimigo.

Vivemos um momento único, que significa maior abertura e integração, traduzido pelo acordo com os europeus, mas também por conquistas recentes de nossa diplomacia, como os apoios para a entrada na OCDE, acordo de salvaguardas tecnológicas com os Estados Unidos e outros que eliminam a bitributação com diversos países, além de cooperação com Israel, Japão e Emirados Árabes. Isto sem contar o campo político, que carrega claros desdobramentos econômicos: colhemos o status de aliado preferencial extra-Otan e impulsionamos a criação do Prosul.

Um horizonte virtuoso está sendo construído, cabendo ao nosso país aproveitá-lo de forma inteligente e objetiva. Os vários desdobramentos destas políticas de abertura comercial podem fazer com que o comércio internacional finalmente torne-se parte da agenda brasileira, gerando resultados tangíveis para nossos exportadores e fortalecendo nossa economia, afinal vivemos um período de reglobalização, onde  a interdependência prevalece sobre o isolamento.

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