terça-feira, novembro 23, 2010

Os Outros

Definida a trinca Mantega-Tombini-Belchior para a área econômica, vem a parte mais difícil, a definição dos outros ministérios. A sede dos partidos aliados é grande e até candidatos avulsos vão surgindo pelo caminho.

Um dos grandes problemas de Dilma é a configuração das mais de 40 pastas que terão, em tese, novos donos a partir de 2011. Lula teve mais facilidade em 2002 porque trabalhava com um leque menor de partidos aliados. Dilma teve uma aliança muito maior, trazendo logo ali ao seu lado, como maior parceiro, o PMDB, que não fez parte da configuração inicial do primeiro governo Lula.

Dilma agora tem que abrir espaço para o PSB, que cresceu nestas eleições, além de prestigiar o PR, aliado de primeira hora do petismo em 2002, além de aliados tradicionais como o PC do B. A fatura fica maior, já que o PP tem que ser contemplado também, agora com uma bancada mais expressiva no Senado. Isto sem falar no PDT, partido de origem de Dilma, que tenta se agarrar aos postos de comando do Ministério do Trabalho e suas ramificações. É preciso abrir espaço para o PTB, que apesar de ter apoiado formalmente Serra, forneceu apoios regionais importantes para Dilma, além de contar com uma bancada fiel, se bem contemplada. Além de tudo isso, Dilma quer rechear o comando ministerial de mulheres.

Como vemos, é uma equação difícil, ainda mais sabedores de que petistas derrotados devem se acomodar sob o poder federal. Dilma, entretando, deve fechar a equipe palaciana e partir daí divulgar a solução para o quebra-cabeça que precisa montar. O silêncio, até o momento, tem sido uma estratégia eficaz.

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