segunda-feira, novembro 22, 2010

A Equilibrista

O anúncio do nome de Mantega para o Ministério da Fazenda gerou idéias controversas sobre o que deseja Dilma Rousseff. Como escrevi aqui, é preciso que sejam definidos os nomes para o Banco Central e o Planejamento, entretanto, as fortes pressões dos aliados tornam as coisas ainda mais nebulosas.

A saída de Henrique Meirelles do Banco Central é dada como certa. Isto sugere que talvez um nome mais próximo das idéias de Mantega seja escolhido. Para o Planejamento fala-se de Miriam Belchior, coordenadora do PAC. Vemos, dentro desta configuração, um perfil econômico mais do que desenvolvimentista, causando arrepios naqueles que defendem austeridade com o gasto público. Dentro desta configuração, baixar os juros, como disse ser prioridade, é tarefa impossível, especialmente sem gerar inflação.

Dilma, além de acomodar seu perfil pessoal na área econômica, precisa equilibrar-se entre as sugestões de Lula e as pressões dos aliados. Equilibrar-se neste xadrez é complicado. Além disso Lula sugeriu veto a alguns nomes, alguns próximos de Dilma, da sua turma de Minas, gente que ela queria levar para o Planalto. Isto aumenta o apetite do PMDB, que deve perder a pasta da Saúde e deseja ser recompensado mais do que na medida pela perda da jóia.

Assim, depois de levar sua cota pessoal para a área econômica, Dilma precisará de jogo político para montar o resto da equipe. Precisará atuar como uma equilibrista.

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