quarta-feira, novembro 24, 2010

Equipe Econômica

Já tem cara a equipe econômica de Dilma. Não tem o perfil que muitos gostariam, mas de qualquer forma fornece uma idéia clara dos rumos que o governo deve seguir.

Tombini, que assumirá no Banco Central, é mais flexível em certos aspectos do que Henrique Meirelles. O novo chefe do Banco Central, por exemplo, acredita que a instituição peca por uma espécie de cautela excessiva e acha que existe espaço para afrouxar as rédeas dos juros.

Isto é música para os ouvidos de Dilma, mas talvez possa não soar com a mesma levaza para o Real.

Se a política de expansão de gastos de Mantega se aliar ao aumento de investimentos no PAC turbinados por Miriam Belchior no Planejamento, será difícil segurar os juros, pois é neste ponto que se assenta a estabilidade do Real, na manipulação da economia pela taxa de juros.

Tombini disse que existem outros mecanismos para segurar a inflação, ou seja, que os juros podem continuar caindo, pois a inflação será contida em outras frentes. Se houver tal mecanismo, é uma ótima saída, entretanto, ninguém foi apresentado aos meios de concretização desta idéia em mais de 15 anos de Plano Real.

Ao fim e ao cabo, se Mantega e Miriam aumentarem o gasto público como se espera, considerando suas biografias e as políticas acenadas por Dilma, o Bacen precisará conter a inflação e defender a moeda, sob pena de colocar em risco a estabilidade. Até o momento, fora as reformas rechaçadas pelo PT, o único instrumento conhecido para conter a inflação e segurar o moeda, é por intermédio da taxa de juros. Se Tombini conhece outro mecanismo, deve apresentá-lo em breve. Do contrário, terá que seguir a cartilha de Meirelles, sob pena de o Real fazer água.

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