Lula escorregou feio ao defender, de maneira lamentável, o ex-Presidente Sarney. Se o fizesse, deveria ser de outra forma, certamente. O fato ocorreu um dia depois do Senador esquivar-se das denúncias que atingem o Senado e sua própria figura pública.
O Presidente encontrava-se em Astana, no Cazaquistão e de lá mesmo disparou sua declaração. Disse que Sarney não poderia ser tratado como uma "pessoa comum", classificando as denúncias sobre as contratações secretas como denuncismo.
A declaração do Presidente imbute claramente a idéia de que aqueles que ocupam ou ocuparam um cargo púbico estão acima da lei. Discordo, assim como praticamente toda a opinião corrente e discordaria Lula se fosse membro da oposição, como fazia no passado.
Aqueles que ocupam cargos públicos, ao contrário do que pensa o Presidente, devem submeter-se de forma mais rígida à lei. Sempre lembro que o Presidente Nixon renunciou para cercar-se das garantias legais relativas a uma "pessoa comum" que não se aplicam ao Presidente dos Estados Unidos. Ou seja, fora do Salão Oval dispunha de mais garantias legais do que ocupando a Presidência.
Contudo, infelizmente, em nosso País, pensa-se diferente. Lula materializa essa fórmula como seu principal fiador, assim, termino esta postagem com suas próprias palavras, que infelizmente representam a realidade brasileira: "Eu sempre fico preocupado quando começa no Brasil esse processo de denúncias, porque ele não tem fim, e depois não acontece nada".
É, ele está certo, "depois não acontece nada", como sempre, tudo acaba em "pizza". Lula, que um dia já chamou Sarney de corrupto, hoje é seu mais fiel fiador.
Mudou o Natal ou mudamos nós?
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