domingo, agosto 02, 2009

Bolsa Paraguai

O Brasil não sabe lidar com seus vizinhos. O viés ideológico mais uma vez cegou a política externa brasileira, cada vez mais pautada por uma visão partidária dos governantes brasileiros com os grupos políticos de esquerda aliados ao PT em diferentes países da América Latina, o propolado Foro de São Paulo.

Argentina, Bolívia, Equador, Venezuela, só para ficar entre os vizinhos, são os exemplos mais claros da ingênua política externa brasileira que acredita que nosso país possa trocar beneplácito financeiro por simpatia e servidão na política externa. Vale lembrar que nenhum ato de benevolência com nossos vizinhos resultou em benefícios para o Brasil até o momento. Eles não estão nem aí para o Brasil.

Já disse, no início de um governo Lula, que a diplomacia brasileira trilhava o lamentável caminho de um imperialismo tupiniquim que apenas enfraquece o papel do Brasil no exterior. Acreditar que os países estrangeiros são como os beneficiários do bolsa-família, convertido em um bolsa-vizinho, e simplesmente serão liderados pelo Brasil por gratidão, ultrapassa a ingeniuidade sobre a cenário internacional. O bolsa-família pode funcionar para direcionar votos nas eleições brasileiras, entretanto, acreditar que pode-se dosmeticar a política externa da mesma forma que se fez com o povo brasileiro é ignorância diplomática.

Pela revisão do acordo acertada entre Fernando Lugo e Lula, o pagamento feito pelo Brasil ao Paraguai aumentará dos atuais US$ 120 milhões para US$ 360 milhões por ano, ou seja, são US$ 240 milhões a mais por ano. Além disso, O Brasil bancará a criação de fundo binacional e realizará o financiamento da construção de uma linha de transmissão de Itaipu a Assunção, orçada em US$ 450 milhões, que inicialmente era responsabilidade do Paraguai. Nossos vizinhos, a partir de agora, também poderão vender energia de Itaipu e de outras usinas no mercado livre brasileiro gradualmente e sem a intermediação da Eletrobrás.

Estão entregando o Brasil. As amizades políticas externas parecem ser mais importantes que a soberania nacional. Existe uma perigosa e temerária inversão de valores que trará danos irremediáveis ao Brasil, para sempre.

"O favor é a antesala da ingratidão", já dizia Ulysses Guimarães.

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