quinta-feira, agosto 12, 2010

Serra no JN

Dos três candidatos entrevistados pelo Jornal Nacional, a presença de Serra foi talvez a mais segura. O candidato do PSDB falou com tranquilidade e tom sereno, explicou os temas com a simplicidade necessária para o alcance do programa. Pode ter ganhado pontos junto ao eleitorado.

O grande problema de José Serra, no momento, é enfrentar a forte máquina política do PT, montada dentro do Estado, e fazer frente a uma campanha onde um popular Lula apresenta-se como fiador de sua candidata. Sobre isso ele também comentou: "Lula não está concorrendo comigo. Não é candidato (...) Não há presidente que possa governar na garupa, ouvindo terceiros ou sendo monitorado por terceiros". O recado foi dado e tinha destinatário certo.

Por mais que não faça uma campanha perfeita, Serra se porta diante da imprensa, em entrevistas, debates e questionamentos de forma correta, longe do candidato que foi em 2002. Entretanto, as forças a serem enfretadas tem um poder exepcionalmente maior nos dias de hoje.

Serra tentou pautar o debate em uma era pós-Lula, de forma acertada, "O governo Lula fez coisas positivas, outras coisas deixou de fazer. A discussão não é Lula. É o que vem pela frente".

Saiu-se bem da saia justa criada por Bonner quando foi mencionado o PTB e soube justificar a escolha de Índio da Costa como vice, por mais difícil que isso possa ser.

Reitero que o problema de Serra é de ordem política, dentro da articulação. Os tucanos não entendem como enfrentar este novo PT, agora no comando da máquina do Estado e pragmáticos no fechamento de alianças.

Serra foi muito melhor do que em 2002 no Jornal Nacional. O cenário, entretanto, é outro. Seria bom que todos seus aliados estivessem tão preparados e dedicados como ele.

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