quarta-feira, abril 17, 2013

Inflação e reeleição

O aumento da taxa básica de juros chegou. Foi um movimento tímido, de apenas 0,25%, mas finalmente mostra que o governo Dilma resolveu tentar agir contra a inflação. O objetivo do movimento, não se iludam, é político.

A Presidente acreditou que o Brasil poderia crescer sem terminar as reformas de base do Plano Real, ainda inconclusas, sem inflação. Errou, assim como erraram os militares da década de 70. Explico. Além de não realizar as reformas estruturais para manter o Plano Real de pé, Dilma retrocedeu, avançando com o Estado na economia e gerando as mesmas distorções que levaram o país a viver a hiperinflação da década de 80.

O Brasil precisa terminar as reformas de implantação do Real antes de baixar os juros. É preciso uma reforma sindical, previdenciária, tributária e trabalhista. Infelizmente ninguém se arrisca a fazê-la, pois vivemos uma crise de estadistas e uma proliferação incansável de populistas. Ao invés da reforma trabalhista, surge a PEC das domésticas. Enfim, se não avançamos, infelizmente também regredimos.

O Brasil viveu a farra do crédito e o surgimento da classe C embalado pelos resultados do Real. Mas para o Plano, instituído em 1994, realmente vingar, é necessário fazer o serviço completo. O governo Dilma preferiu o caminho ilusório, ou seja, manipular a economia com isenções para fazê-la respirar. Vale por um tempo, entretanto, logo depois faz água.

Dilma, que encarará a disputa pela reeleição, não poderia chegar ao pleito com a inflação deteriorando o poder de compra. Preferiu aumentar os juros, o que afetará o crescimento e aumentará o desemprego. Nossa Presidente precisa aprender que os juros somente podem cair sem gerar inflação se forem feitas as reformas que mencionei. Mas infelizmente isto vai contra suas convicções políticas. Para tentar ficar mais quatro anos, a receita será a de sempre: juros nas alturas.

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