sábado, janeiro 30, 2021

Habemus Vacina

Depois de vivermos reféns de uma pandemia que se especializou em ceifar vidas, chegou o momento de reação. A liberação da coronavac pela Anvisa, uma vacina produzida em parceria pelo Butantã e a chinesa Sinovac, fornece um novo ânimo para a sociedade brasileira, uma vez que temos um imunizante capaz de ser produzido em território nacional, facilitando a logística de imunização de todos os brasileiros. 

No front político a vacina é uma vitória do Governador de São Paulo, João Doria, que apostou na parceria com os chineses e entrega um imunizante de fácil transporte, armazenamento e produção, algo essencial para o tamanho continental do Brasil. Gostem ou não de Doria, foi sua persistência que fez com que o Brasil contasse com sua primeira vacina. 

Diante de 210 mil mortes, Bolsonaro sai ferido deste duelo político. Comprou uma briga contra a coronavac, minimizando seu potencial, zombando de sua eficácia e duvidando de sua confiabilidade. Por mais de uma vez disse que não compraria o imunizante. Cedeu. Hoje, Bolsonaro diz ter investido na vacina chinesa e quer também dividir o bônus da vitória com o governo paulista. Uma atitude lamentável. 

Com uma gestão errática e confusa da pandemia, Bolsonaro mais atrapalhou do que ajudou até o momento. Falta ao país uma liderança firme e sensata capaz de entregar uma direção sólida para uma população vítima dos devaneios de um Presidente que aposta no obscurantismo, pratica o negacionismo e produz desinformação. Se Bolsonaro deixou algo claro nestes tempos de pandemia, é a certeza que não está à altura do cargo que ocupa. 

A militarização do Ministério da Saúde, assim como em outras áreas estratégicas, como a promoção comercial e exportações, deixou claro que Bolsonaro age pelo princípio da insegurança, exonerando aqueles que ousam brilhar no comando de suas pastas, trocando-os por militares subservientes. Uma das vítimas foi o ex-Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ceifado do cargo por defender distanciamento social e uso de máscaras, negando-se a recomendar o uso de cloroquina ou qualquer medicamento ineficaz no combate à pandemia. 

O momento é de vacinação em massa e trabalho conjunto para fazer com que o Brasil adquira de forma rápida os insumos necessários para a produção em território nacional do imunizante coronavac, assim como facilitar a importação de outras vacinas disponíveis no mercado. Precisamos de velocidade na imunização para devolver a normalidade para a vida de cada um dos brasileiros. 

A pandemia separou os adultos das crianças e hoje parece claro que cada vez mais uma parcela maior da população brasileira entende que precisamos de gestão e seriedade. Precisamos de homens públicos imbuídos de uma missão. Precisamos de líderes reais. O modo de governar de Bolsonaro está muito aquém daquilo que necessita nossa nação. Que a vacina em breve se torne uma realidade para todos os brasileiros e que estejamos preparados para retomar as rédeas de nosso país, hoje desgovernado e perdido. Não podemos perder mais tempo.

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