De Viena, Áustria. Este cartaz ao lado faz parte da campanha do patido de Valdimir Putin para as eleições parlamentares que ocorrerão em dezembro. Como já disse aqui, a tática anunciada por Putin para manter o poder passa pela Duma.
Proibido constitucionalmente de concorrer a um terceiro mandato, Putin anunciou que encabeçará as listas de seu partido para as eleições parlamentares. Isto leva a uma situação inusitada. Com altas taxas de popularidade, Putin será uma locomotiva de atração de votos para seu partido, Rússia Unida. Este fato servirá praticamente para extingüir o pluripartidarismo no país.
A lei eleitoral russa fixa uma cláusula de barreira de 7% para os partidos políticos. Na atual situação, com Putin encabeçando as listas da Rússia Unida (RU), este atingiria 67% dos votos, ou 372 deputados. O único outro partido capaz de ultrapassar a cláusula será o comunista, com 14%. Vale lembrar que a Duma possui 450 deputados.
Portanto, a impossibilidade de um terceiro mandato consecutivo servirá de justificativa para a avassaladora vitória da Rússia Unida, pelas mãos de Putin. Depois de conseguir praticamente o controle total do parlamento, o atual Presidente poderá voltar ao Kremlin.
A disputa presidencial para escolha daquele que esquentará o lugar para a volta de Putin ao poder está equilibrada. Serguei Ivanov tem 25% e Dmitri Medvedev 24%. Mas aposto minhas fichas em um candidato mais fraco, que não faça sombra para a volta de Putin, o atual Primeiro-Ministro Victor Zubkov, que já possui 20% e será catapultado a uma vitória com a ajuda do Presidente, se for escolhido como candidato dos "siloviki".
Dezembro poderá ser o mês da grande virada sonhada por muitos na Rússia, o dia em que o país voltará aos tempos de partido único, praticamente institucionalizando a lei dos "siloviki". Mas como sempre digo, por enquanto, "nyet faktov, tolko versii". A conferir, com extrema atenção. Vale lembrar que observadores internacionais não serão admitidos para acompanhar as eleições.
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