quarta-feira, setembro 16, 2009

Barroso reeleito

Ele surgia como o José María Aznar de Portugal. Propôs reformas profundas nas arcaicas estruturas do Estado português. Reformas eram necessárias e Barroso estava disposto e realizá-las, assim como foram feitas pelo seu parceiro espanhol do Partido Popular.

Tudo corria bem em Lisboa até que um chamado de Bruxelas fez com que Barroso deixasse a chefia de governo e rumasse para liderar a Comissão Européia. O Primeiro-Ministro era um nome de consenso em 2004 e soube, de forma cautelosa e eficaz, construir linhas de diálogo nesses cinco anos, mesmo depois de parecer desgastado antes do recesso de verão europeu.

Houve uma tentativa de desgastar Barroso há alguns meses. Ele era o candidato do grupo majoritário, o Popular Europeu, além de ter a chancela dos 27 países do bloco. Entrou o verão em baixa, mas usou o período para exercitar sua desenvoltura política e chegou ao dia de hoje com o apoio de parte dos socialistas, em especial espanhóis e portugueses, estes últimos seus adversários locais. Somados ao seu grupo de apoio, foi suficiente para chegar a maioria absoluta com 382 votos.

Liderará um período crucial, com uma agenda cheia, em especial com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa. Barroso, reeleito, consolida-se como o grande nome de unidade da UE e mostra a força política do grupo Popular, que seguirá dando das cartas na política comunitária.

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