segunda-feira, setembro 21, 2009

Erro diplomático

O refúgio dado pelo Brasil ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, é um grave erro diplomático, permeado de ilegalidades.

O Brasil tem por tradição uma postura diplomática cautelosa e sempre elogiada no mundo da política externa. O rompimento desta tradição no atual governo coloca em xeque a imagem do Brasil e nossa identidade diplomática histórica.

Apesar das posturas pouco recomendáveis de apoio a governos de exceção e ditaduras ao redor do mundo desde que o Presidente Lula assumiu o Planalto, o Brasil não tem em seu currículo qualquer histórico de ingerência na política interna de outros países. Nossa Constituição, em seu artigo 4º, determina que nas relações internacionais o Brasil deve seguir os seguintes princípios: independência nacional, autodeterminação dos povos, não-intervenção e solução pacífica dos conflitos.

Portanto, a postura diplomática brasileira, neste caso, desrespeita a Constituição e a Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA). O acolhimento de Manuel Zelaya na Embaixada brasileira em Tegucigalpa, com aval presidencial, seria classificado como crime de responsabilidade em qualquer país sério e decente do mundo.

Um erro diplomático, cercado de ilegalidades. O Brasil envolveu-se em um problema que não é seu e colocou-se na condição de propulsor de um possível conflito civil em outro país. Nada mais longe daquilo que um dia sonhou o Barão do Rio Branco.

Nenhum comentário: