quarta-feira, maio 19, 2010

ONU mais longe

Lula sonha com o cargo de Ban Ki-moon nas Nações Unidas. Suas iniciativas na esfera internacional tem o objetivo único e simples de promover seu nome a ponto de viabilizá-lo como Secretário-Geral da ONU no futuro. Não será fácil.

As manobras na política internacional, contudo, são mais densas e profundas do que a política nacional. Na esfera exterior outros mecanismos precisam ser usados e acionados para consolidar uma imagem de liderança. Lula buscou sair como um grande negociador e facilitador do diálogo com Ahmadinejad. Não conseguiu.

Existem vários equívocos em torno de toda a estratégia. Lula já pode ter sido considerado um valioso player no cenário internacional por ser alguém que transita entre dois mundos, entretanto, como disse acima, a política internacional é delicada e existe uma linha tênue onde pessoas com este perfil podem equilibra-se. Lula tinha as credenciais para operar neste sentido, entretanto, as ações de sua diplomacia movimentaram-se no sentido oposto, várias vezes.

O fracasso obtido no Irã, depois de alardeado como vitória, foi apenas mais um episódio de uma política exterior que exagera nas doses. Lula perdeu sua condição privilegiada de negociador confiável, comprometendo seus objetivos futuros no cenário exterior.

Ao invés de apaziguar a situação, a intromissão brasileira em Teerã, precipitou um movimento no Conselho de Segurança que praticamente desautorizou qualquer movimento de Lula. Uniram-se no mesmo tom, em reação a postura brasileira, Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China.

Talvez, se Lula tivesse mantido-se fiel as tradições e posturas diplomáticas históricas de nosso País, poderia tentar credenciar-se a vôos maiores. Entretanto, a opção realizada, além de prejudicar a imagem do Brasil, sepultou todas suas pretensões políticas internacionais após a Presidência. Os limites ao seu futuro foram impostos por este último ato. Depois do mandato em Brasília, ele estará condenado simplesmente a ser, no máximo, uma liderança política regional.

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