segunda-feira, maio 17, 2010

A dança dos números

Os institutos de pesquisa não tem se acertado nesta eleição. O último episódio foi a questionável metodologia usada pelo Instituto Sensus.

Para termos uma pesquisa confiável, é preciso avaliar muitos aspectos, inclusive o timing de suas entrevistas, que podem jogar com os números e indicar tendências que não existem. Em razão disso, as campanhas preferem acompanhar o desempenho de seus candidatos pelo tracking diário, que fornece uma maior confiabilidade para tomada de decisões, uma vez que são números para consumo interno.

Ao tracking sempre são adicionados outros ingredientes, como focus groups, que ajudam a direcionar os rumos de campanha e inclusive a postura de um candidato no decorrer de um debate, em tempo real.

Assim, os números do Vox e do Sensus são alvo de questionamento porque foram realizados em um timing favorável a um dos candidatos, no caso Dilma, exatamente quando precisava subir nas pesquisas. Além disso, precisam ser verificados os tipos de questionários, abrangência e metodologia que levam estes institutos sempre a trazer números simpáticos a um dos candidatos.

No terreno da análise política, acredito ser pouco recomendável crer que Dilma subiu em um período em que sua campanha estava sob forte turbulência interna e uma fraca estratégia de comunicação, inclusive pessoal da pré-candidata, mesmo considerando o impacto do programa do PT na televisão com a presença de Lula, em clara afronta e violação a legislação eleitoral. Além de tudo, o programa foi realmente fraco. Era possível fazer melhor.

No mais, para o grande público, deve valer uma média ponderada dos institutos, entretanto, todos tem seus preferidos, assim como no meu caso, que considerando-se o cenário brasileiro, ainda espero pelos números do instituto que acredito ser mais o crível.

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