segunda-feira, fevereiro 17, 2014

Aposta em Hillary

Hillary ainda não colocou o bloco na rua, mas sua candidatura é considerada um fato. Mesmo que ainda existam outros nomes que possam tentar rivalizar com ela a indicação, as probabilidades de que outra pessoa venha a concorrer nas eleições gerais de 2016 pelo partido democrata são pequenas. Isto é uma vantagem , pois direciona os principais doadores diretamente para sua campanha desde o princípio, mas também causa problemas, especial neste ano de eleições parlamentares.

Tudo começa na Presidência de Obama. Com a popularidade em baixa, o Presidente americano abriu a temporada de especulações sobre quem seria seu sucessor. Em ambas os partidos já se respira e se age com foco em 2016. Como Hillary não deseja ser atropelada por outro Obama, como aconteceu em 2008, preferiu fechar os flancos e trabalhar diretamente para que nenhum adversário forte possa aparecer. Para ela, o jogo da sucessão já começou. 

Mas isto é um problema para o partido democrata que enfrentará eleições parlamentares duras nos próximos meses. As chances dos republicanos tomarem o Senado e manterem a Câmara é grande e isto jogaria a Presidência de Obama no limbo até o fim de seu mandato. Nada mais seria feito. Portanto, é de suma importância para os democratas vencer este jogo, pelo menos no Senado, mantendo sua maioria. O problema é que o páreo de 2016 já começou e as doações de campanha agora tem este foco. 

Na sua tentativa de chegar a Casa Branca em 2008, Hillary começou a se articular em 2006, depois das eleições parlamentares que levaram os democratas ao controle da Câmara. Vemos que agora o timing é diferente, ela se movimenta antes das eleições parlamentares. O porém neste caso é outro, já que naquele ano o presidente enfraquecido perante a opinião pública era o republicano George Bush, hoje é o democrata Barack Obama. Como o Presidente se tornou radioativo para muitos candidatos, existe um vácuo de liderança política a ser preenchido. 

O partido democrata precisa entender que seu foco ainda não é em 2016, mas em 2014. Se não agir desta forma, pode tomar uma surra eleitoral dos republicanos. Mas o foco na eleição presidencial pode ajudar. Se os democratas se unirem em torno de Hillary e ela apresentar-se como a nova líder do partido, isto pode consolidar seu nome para as primárias e ajudar muitos deputados e senadores a vencer, como ela fez nas campanhas de Bill de Blasio em Nova York e Terry McAuliffe na Virgínia. Se ela controlar o jogo, será inevitavelmente a candidata dos democratas. As fichas estão na mesa. 

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