sexta-feira, junho 29, 2018

100 Dias

Chegamos a uma data simbólica. A distância das eleições de 2018 é de apenas 100 dias. O quadro, apesar de aberto, já começa a tomar contornos definidos por dois motivos: o transe em torno da Copa do Mundo, que afasta os brasileiros do noticiário político e anestesia as campanhas e a proximidade com a convenções partidárias que definem os candidatos no final de julho.

Isto significa que temos um cenário em que o centro não decolou. Seus candidatos seguem com números pífios e sem animar o eleitor. Rodrigo Maia, Flávio Rocha e Henrique Meirelles tendem a desistir, com seus partidos compondo em outra chapa ou apenas centralizando o poder de fogo nas eleições proporcionais para deputados, que estabelecem o valor do fundo partidário para os próximos anos. Daqueles com intenções de voto modestas, ficarão no páreo apenas os de corte ideológico que usarão o palanque para sedimentar a mensagem dos seus partidos, como João Amoedo, Guilherme Boulos e Manuela D´Ávila.

O centro, desta forma, fica com dois candidatos que lutam para subir nas pesquisas. Álvaro Dias, do Podemos, que varia entre 4% e 8% e Alckmin, que não empolga nem sua militância e patina nos 6% de acordo com os números do Ibope. No mesmo período, em 2006, Alckmin pontuava 28% e Aécio em 2014, alcançava 19%. Neste ano, os tucanos ainda não encontraram o caminho das urnas.

Na esquerda despontam Ciro e Marina, com a pré-candidata da REDE credenciando-se hoje ao segundo turno contra Jair Bolsonaro. Mas nesta frente ainda lembro: é preciso esperar quem será ungido por Lula como o candidato petista. Um nome que deve complicar a vida de Ciro e Marina.

Se este período nos deixa uma mensagem é que o eleitorado tende não colar em um candidato de centro. Esta é uma eleição que possui um pano de fundo histórico de mudança e renovação, com o fim da Nova República e o início de um novo ciclo de 30 anos. Aqueles que falharem nesta leitura, tendem a encarar uma amarga derrota.

Nenhum comentário: