sexta-feira, junho 15, 2018

O Erros de Alckmin

Calmo até demais, Alckmin parece ainda não ter entrado no clima do jogo da sucessão. Se isto já foi usado como um trunfo em campanhas passadas, infelizmente não cai bem em 2018. Este é um ano atípico. O eleitor brasileiro busca mudança. Vivemos um período influenciado pela Lava Jato e pelas denúncias de corrupção. Um ciclo de 30 anos da Nova República se encerra e o eleitor está cansado da política tradicional.

Isto explica o fenômeno Jair Bolsonaro, que fala diretamente para este eleitor, cansado dos partidos de sempre, dos políticos profissionais e do estado geral do país. Bolsonaro faz parte da classe política, afinal já está no parlamento há tempos, mas consegue descolar-se de modo inteligente do jogo velho e cansado que vem sendo repudiado pelo eleitor.

Enquanto isso, Geraldo Alckmin consegue incorporar todas as características rejeitadas pelo eleitorado. A política não é uma lancha, mas um transatlântico, que se move lentamente. Os sinais da mudança da percepção do eleitor passaram pelas manifestações de 2013, eleições, impeachment, outsiders nas prefeituras e agora no rearranjo da política nacional com rejeição aos partidos. Fica difícil acreditar que o ex-Governador paulista não tenha percebido este movimento.

Não cabe neste momento ombrear com Bolsonaro, chamá-lo para discutir segurança pública ou rivalizar quem leva mais apoiadores ao aeroporto. Nestas frentes, Alckmin sai perdendo e continuará assim. O reposicionamento de sua campanha precisa de uma postura mais ativa e de contraponto ao petismo. Ao errar o adversário, Alckmin perdeu o discurso.

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