quarta-feira, junho 27, 2018

STF impulsiona Bolsonaro

O Supremo Tribunal Federal concedeu liberdade ao ex-ministro José Dirceu e deu um forte impulso para a campanha de Jair Bolsonaro.

Claramente descolado da realidade, a segunda turma reagiu de maneira contundente contra o Ministro Edson Fachin, que havia enviado o pedido de liberdade de Lula para ser examinado pelo pleno. Em reação coordenada, Lewandowski, Toffoli e Gilmar abriram a caixa de ferramentas e de uma tacada soltaram José Dirceu e João Cláudio Genu, ex-tesoureiro do PP, anularam as provas contra Gleisi Hoffmann, confirmaram a liminar de soltura de Milton Lyra, operador financeiro do MDB, rejeitaram denúncia contra o deputado Tiago Peixoto do PSD-GO e suspenderam uma ação contra o deputado tucano Fernando Capez, acusado de envolvimento na máfia da merenda. A jornalista Vera Magalhães lembrou que Rodrigo Capez, irmão do deputado tucano, foi o principal assessor de Dias Toffoli até o início deste ano. O escárnio chegou ao patamar da desfaçatez. Nos bastidores é certo que se Fachin não tivesse enviado ao pleno o pedido de liberdade de Lula, a segunda turma teria soltado o ex-Presidente ontem.

Os ministros brincam com a democracia, fragilizando a já desgastada imagem do STF perante a população. O tribunal está rachado e politizado. Em breve pode estar também totalmente desmoralizado, fragilizando um dos alicerces da República. Muitos ministros, agindo como políticos, esqueceram a lição de Afonso Arinos: "Justiça é a noção de limitação de poder".

A sensação de que o período da Copa do Mundo está sendo usado para encobrir esta série de movimentos está tomando contornos mais definidos. Imagina-se que somente o fim do torneio ou a saída do Brasil da Copa possa devolver a pauta política para o cenário nacional, colocando um freio na estratégia de desmonte da Lava Jato.

A cada novo triste episódio protagonizado pelo Supremo, o sentimento de revolta que começa a ficar mais cristalino a cada pesquisa, induz o voto de protesto em Jair Bolsonaro. Seu provável candidato a vice, Senador Magno Malta, foi enfático: É inaceitável a maneira debochada como o STF trata a nação".

Hoje, não existe maior cabo eleitoral da candidatura de Bolsonaro do que o Supremo Tribunal Federal.

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