quarta-feira, outubro 10, 2018

Refundação Tucana

Diante do resultado eleitoral do último domingo, não houve maior derrotado do que o PSDB. A fracasso do Presidente do partido e candidato ao Planalto, Geraldo Alckmin, foi amargo e trará muitos desdobramentos para o futuro incerto dos tucanos.

Ao perder o discurso antipetista, viu sua popularidade evaporar, com claros reflexos no tamanho da bancada eleita na Câmara dos Deputados. Com 29 parlamentares, o PSDB se tornou apenas a nona força da Casa, atrás de partidos como PP, PSD, PSB, MDB e PR. Os tucanos precisam avaliar com muita atenção os erros cometidos sob pena de entrar em derretimento. 

A troca geracional do PSDB é um assunto que vem ganhando corpo desde a votação das denúncias contra o Presidente Michel Temer. Os cabeças pretas, como são chamados os parlamentares mais jovens, entraram em conflito com os cabeças brancas, fundadores e comandantes do partido, gerando um desgaste que ainda pode ser sentido. Com a derrocada de Alckmin, a tendência é que a velha guarda finalmente abra passagem para os novos nomes, donos de votos que ainda mantém o partido de pé. 

Ao se impôr como candidato presidencial, Alckmin atingiu em cheio o partido. A falta de leitura do cenário político, que se pautou pelo conservadorismo e antipetismo, fez sua campanha naufragar. Ao atacar o líder das pesquisas, sua impopularidade disparou. Diante uma campanha refém de estratégias erradas, acabou gerando um desgaste que afetou todos os candidatos do PSDB, responsável pela derretimento da bancada na Câmara dos Deputados. 

O PSDB precisa de ser refundado por suas novas lideranças, efetivando uma mudança geracional expressa nas urnas, aposentar as antigas lideranças e abrir espaço para aqueles que hoje tem voz e voto no parlamento. Ao prorrogar este movimento, os tucanos podem estar se dirigindo para um caminho sem volta e uma derrocada ainda maior. O resgate de um partido rachado e combalido é tarefa fundamental das novas gerações de líderes tucanos.

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