quinta-feira, outubro 04, 2018

Sinal de Alerta

O sinal de alerta está ligado na campanha petista. Depois da euforia de ver Haddad crescer com o impulso fornecido por Lula e a certeza de que em um segundo turno as forças de centro seriam atraídas para o seu lado, tudo mudou com as pesquisas destas semana que mostram um crescimento orgânico de Bolsonaro.

O receio do PT é que o candidato do PSL vença no primeiro turno, terminando com a disputa já no próximo domingo. O comitê de Haddad avalia que as manifestações contra Bolsonaro no último final de semana jogaram contra a campanha petista. Impulsionaram o voto útil no campo opositor aproximando o adversário da vitória no primeiro turno. O tempo fechou no alto comando petista.

O partido de Lula está certo da vitória, porém em um segundo turno, onde conseguiria aglutinar uma rede de forças em torno do petismo. Nomes que iriam de Fernando Henrique, passando por Gilberto Kassab e desaguando em Ciro Gomes. A mensagem já estava desenhada, uma espécie de união das forças moderadas contra o radicalismo ou a prudência contra a irresponsabilidade. Haddad, por sua vez, sente-se confortável neste papel, pois como ex-Ministro da Educação, ex-Prefeito de São Paulo, advogado, mestre e doutor pela USP, além de professor universitário, tem este perfil.

Mas faltou combinar com o eleitor e a última semana de campanha começa com um forte sentimento antipetista e a formação de onda pró-Bolsonaro que pode facilmente transformar-se em efeito manada e terminar com a eleição neste domingo. As pesquisas Ibope e Datafolha, ao ajustar seus números, jogaram combustível neste movimento, que se fortaleceu com o apoio da FPA e dos evangélicos em torno de Bolsonaro.

Assim, Haddad partiu para o ataque, aliando-se a Alckmin na tarefa de tentar desconstruir o líder das pesquisas. O movimento do PT deixa claro que existe uma chance real de a eleição ser decidida em primeiro turno diante da migração do voto útil para a campanha de Bolsonaro. Haddad joga tudo nesta reta final no intuito de jogar a decisão para o segundo turno, onde o petismo teria chances de se reagrupar e tentar virar o jogo. A tarefa do PT, neste momento, é tentar frear um efeito manada, algo que poderia acabar com a campanha de Haddad e esperança de ver Lula longe de Curitiba.

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