quarta-feira, novembro 13, 2013

As Adversárias de Hillary

Apesar de 65% do Partido Democrata enxergar com naturalidade a candidatura de Hillary Clinton, especula-se por aqui que existem adversárias. Sim, adversárias, ou seja, outras mulheres que desejariam também a indicação do partido para concorrer. Isto não deixa de ser um problema para Hillary, que perderia a condição de única candidata mulher e levaria a divisão de votos de sua base.

O nome mais badalado do momento é Elizabeth Warren, Senadora por Massachusetts. Apesar da especulação, Warren deve ficar pelo caminho por dois motivos simples: o primeiro deles é que no caso de Hillary sair candidata, a senadora desistiria. O segundo é sua viabilidade eleitoral nacional. Warren vai muito bem em Massachusetts, um estado de tradição democrata e onde ela consegue realmente levantar boas doações de campanha. Fora de lá, Warren é vista como uma política radical que ataca bancos e carrega uma agressividade brutal contra Wall Street. O partido democrata busca manter o poder e sabe que não venceria com a senadora no páreo. Ela aproveita o momento para asfaltar seu futuro político em Boston.

Fala-se também de Kirsten Gillibrand de Nova York, que assumiu a cadeira de Hillary no Senado. Ela possui uma base de apoio entre a comunidade gay e as mulheres, mas depende dos doadores de campanha do arco de apoios de Hillary. Bill Clinton não deixaria esta base se inclinar para outro lado a não ser o de sua esposa. Com a ex-Secretária de Estado no páreo, a senadora Gillibrand está fora da corrida.

O terceiro nome de peso seria Kathleen Sebelius. Duas vezes Governadora do Kansas e filha de um ex-governador tem linhagem política e experiência, além de uma incógnita em seu futuro. Sebelius é Secretária de Saúde de Obama e está no meio do fogo cruzado com a implantação do Obamacare. Interpelada pelo Congresso, tem sido o alvo de todas as críticas mais ásperas. Se o Obamacare decolar, a Secretária sobe com ele, entretanto, se continuar a enfrentar dificuldades, sua pré-candidatura naufraga também. É o nome preferido por Barack Obama.

Existem outras mulheres que correm por fora, como Janet Napolitano, que possui no currículo o governo do Arizona e o Departamento de Segurança Doméstica, além da senadora Amy Klobucar, do Minnesota, um estado tradicionalmente democrata que votou com os republicanos pela última vez em 1972 e foi o único estado democrata na campanha de 1984, quando Reagan arrasou com Mondale (nascido em Minnesota). Enfim, os 10 votos do "Estado dos 10.000 lagos" serão democratas na próxima eleição, com ou sem Amy Klobucar.

Percebemos que por mais que existam candidatas que desejam disputar a indicação do partido com Hillary, nenhuma tem qualquer chance, a não ser que Kathleen Sebelius herde uma possível popularidade com o Obamacare, o que será difícil. Pelo menos entre as mulheres, é possível afirmar, ninguém fará frente ao poder de Hillary Clinton no partido democrata.

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