sexta-feira, novembro 22, 2013

Radicalismo Democrata

O partido democrata tomou uma decisão muito perigosa. Ao alterar as regras do Senado para garantir a aprovação das indicações de Obama, cruzou um perigoso limite institucional. Os democratas possuem maioria, entretanto, não maioria suficiente para aprovar determinadas matérias ou indicações presidenciais. Refém da minoria, que obstruiu e derrotou, de forma legal, dentro dos procedimentos regimentais, as iniciativas de Obama, os democratas resolveram inovar. Com maioria suficiente para mudar as regras, assim o fizeram, e agora podem aprovar as matérias que desejam.

Os democratas possuem 53 senadores. Com a regra antiga, o chamado "filibuster", precisariam de 60 votos. Para mudar as regras, precisariam de 51. Preferiram mudar as regras do que convencer os adversários a votar de acordo com suas convicções. Agora, nas matérias que precisavam de 60 votos, somente precisarão de 51. A medida teve a chancela da Casa Branca, ou seja, Barack Obama estava de acordo. Esta perigosa manobra procedimental deixou os republicanos furiosos.

Obama era um ardoroso defensor do filibuster quando era Senador e seu partido podia obstruir as votações no governo Bush. Obama, também enquanto Senador, acusou o ex-Presidente de "falta de liderança política" quando este solicitou o aumento do teto da dívida. Pois bem, instalado na Casa Branca, Obama passou a acreditar que solicitação para aumentar o teto da dívida não é mais falta de liderança política e que o filibuster, quando ele está do outro lado, não serve. Se as regras não o beneficiam, que tratem de ser modificadas. Uma clara expressão de falta de liderança política.

Obama, desta forma, amplia cada vez mais a distância entre democratas e republicanos. Segue com sua política de confrontação com os adversários, o que acirra os ânimos e paralisa seu governo ainda mais. O Presidente, ao invés de partir para o diálogo, mais uma vez decidiu usar a mão pesada para impor suas vontades. Nesta semana, o Financial Times, Foreign Policy e The Economist alertaram para a imobilidade do seu governo, refém de sua política confrontacionista no plano interno e isolacionista no plano externo.

Na medida que cava um fosso maior entre republicanos e democratas, Obama está enterrando sua Presidência. Depois deste atitude, muito dificilmente qualquer nova lei importante, que dependa dos votos dos republicanos, passará em seu governo.

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