sexta-feira, março 12, 2010

DEM em busca de rumo

O antigo PFL, rebatizado de DEM, busca incansavelmente seu rumo no cenário político nacional. Nascido de uma dissidência do PDS durante a transição para a Nova República, o partido entra em uma fase decisiva nas eleições de 2010.

Nascido na situação, o antigo PFL tornou-se refém de sua presença habitual nas esferas de poder. A sigla, situada na oposição desde o início governo Lula, mostra-se carente de estratégia política para apresentar-se como um contraponto consistente ao governo. Não sabe fazer a oposição combativa do PT, tampouco uma construtiva, que sendo uma idéia de vanguarda, renovaria o partido e poderia oxigenar a política nacional.

Soma-se a isso a falta de renovação política no partido. Guiado historicamente por líderes fortes, não souber criar uma base consistente de renovação partidária (algo muito bem articulado em agremiações como o PT), buscando, em muitas oportunidades, herdeiros políticos nas famílias dos próprios líderes do partido. Carente de uma base consistente e da presença no governo, enxerga seu número de votos e densidade política diminuir a cada eleição.

Na sua tentativa de renovação, esbarrou na oportunidade perdida com Arruda, e pela demora na tomada de posição, saiu chamuscado. Apesar disso, o DEM ainda possui nomes consistentes e sérios que podem levar a reconstrução do partido.

O DEM precisa reinventar-se dentro de suas próprias idéias, criar base partidária identificada com suas bandeiras com vistas a gerar renovação de seus quadros, algo similar a operação realizada no PP espanhol por José María Aznar.

Renovado, o partido precisa mostrar-se como uma alternativa viável de poder, com projetos, líderes, quadros qualificados, administrações modernas, identificadas exatamente com as bandeiras defendidas pelo partido.

Do contrário verá o PT avançar pelos seus antigos redutos eleitorais via Bolsa-Família, sem conseguir reposicionar-se como alternativa viável nos grandes centros. Aquele, que já foi o partido mais forte e influente do Brasil, se não agir rápido, poderá estar condenado a um papel de menor importância, mero coadjuvante da política nacional, sem quaisquer condições de levar ao poder a implementação de sua agenda para o Brasil. 2010 será um duro teste para os Democratas.

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