Alckmin não deixa de ser o principal culpado deste estado de coisas. Negociou e comemorou a chegada da base fisiológica de Temer em seu palanque. Recebeu de braços abertos apoios de líderes e presidentes de partidos envolvidos em denúncias de corrupção, que vão do Mensalão ao Petrolão. O candidato cercou-se do que se convencionou chamar de velha política para ter mais tempo de propaganda no rádio e televisão. Se a estratégia vai funcionar, é outra história.
Enquanto muitos acreditam que Alckmin fez o movimento correto, pois está trabalhando dentro da cartilha tradicional da política brasileira, aquela que gerou resultados nas última eleições, outros são mais céticos. Vivemos um período de mudança, em que o eleitor rejeita as velhas práticas políticas e busca novos modelos e atores. Velhas estratégias talvez não caibam em novos tempos, especialmente em um pleito marcado pelo ímpeto de renovação e o desejo de uma nova política.
Assim, a ligação com Temer pode ser fatal. O Presidente se tornou figura radioativa e até mesmo Henrique Meirelles, candidato do MDB, tem procurado se afastar do recente chefe. Meirelles tenta aproximar sua imagem do governo Lula, quando era Presidente do Banco Central, e o Brasil vivia uma sensação de otimismo generalizada.
Quando Temer diz que seu governo teria continuidade se Alckmin vencer, "pois os atores são os mesmos", o Presidente dá um passo em falso e prejudica o candidato que representa o consórcio que o levou ao poder e ajuda a governar. Com os amigos que arranjou, o tucano não precisa de inimigos. Encarnando a velha política e apoiado pelos suspeitos de sempre, Alckmin se descola cada vez mais da órbita do bom senso eleitoral.
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