sexta-feira, agosto 31, 2018

A Fortaleza de Bolsonaro

A bancada do Jornal Nacional, dentre tantos erros cometidos esta semana, errou feio o alvo com Jair Bolsonaro. Fez o mesmo que a GloboNews, que na ânsia de emparedar o candidato, acabou por fornecer o palanque que o deputado do PSL esperava.

Os jornalistas em questão são claramente movidos por questões ideológicas (algo que enfraquece o debate) e infelizmente suas crenças políticas falam mais alto do que o bom jornalismo que se espera que produzam. Na sabatina da GloboNews foi constrangedor ver profissionais de renome corrigir e confrontar Bolsonaro. Na bancada do Jornal Nacional aconteceu a mesma coisa. Jornalismo sério se faz com a cabeça, não com o fígado, deveriam saber.

O que até agora estes jornalistas falharam em entender é o fato de que Bolsonaro sente-se confortável em responder este tipo de provocações. Está sendo confrontado com estas indagações há anos e possui um arsenal de argumentos e documentos para defender-se. Tentar encurralá-lo com perguntas sobre homofobia, regime militar e direitos das mulheres é fornecer palanque gratuito para o candidato do PSL.

Mais do que isso. Está claro que ele atingiu mais de 20% do eleitorado defendendo uma pauta antagônica daquela sustentada pela imprensa em geral. Quando esta mesma mídia ataca o candidato por  discordar de suas ideias, reforça a certeza do voto daqueles que não concordam com a imprensa e encontraram em Bolsonaro alguém que forneceu voz para sua insatisfação. Portanto, além de não conseguir desconstruir o personagem, reforça a certeza daqueles que dizem votar nele.

Pesquisas diárias do mercado financeiro indicam que Bolsonaro cresceu depois da entrevista no Jornal Nacional. Está evidente que a imprensa entrou no jogo de maneira equivocada e ao assumir uma posição, fortaleceu seu antagonista.

A principal fortaleza de Bolsonaro, seu principal cabo eleitoral nesta eleição, tem sido a imprensa engajada. Enquanto isto não mudar, o script será o mesmo, como ocorreu no Jornal Nacional desta semana.

Um comentário:

ines disse...

Excelente análise! Concordo plenamente.