quinta-feira, setembro 27, 2018

Confiança nas Pesquisas?

Os erros dos institutos de pesquisa sempre foram um ponto polêmico nas eleições. Mesmo depois de erros profundos, seguem com credibilidade na grande imprensa, que usa as pesquisas Ibope e Datafolha como faróis da opinião pública.

Mas esta eleição trouxe algo diferente. O mercado sempre realizou acompanhamento diário dos números dos candidatos, o chamado tracking. Neste ano, entretanto, passaram a fazer pesquisas periódicas que vem sendo divulgadas para seus clientes, que usam o material na orientação do seu investimento. O resultado não pode ter compromisso com o erro, uma vez que aplicações são feitas baseadas nos resultados destas sondagens.

O que chamou a atenção é a diferença dos números dos institutos tradicionais para aquelas sondagens contratadas pelo mercado. Hoje, nas projeções de primeiro turno, os números começaram a convergir, com Ibope e Datafolha se aproximando do resultado das pesquisas dos bancos. Estes conseguiram apontar antes o rumo da eleição, talvez por suas sondagens conseguirem antecipar tendências com mais eficiência do que as pesquisas usuais.

Entretanto, a divergência segue intensa nas projeções de segundo turno e rejeição. Enquanto para o mercado Alckmin e Marina lideram a rejeição, atingindo assustadores 63%, Bolsonaro aparece apenas em quinto lugar. Nas pesquisas dos institutos tradicionais, o candidato do PSL lidera a rejeição, na casa dos 40%, com Alckmin e Haddad na faixa dos 20%. A discrepância é enorme.

Isto afeta os números das projeções de segundo turno. No Ibope e Datafolha, Bolsonaro perde praticamente em todos os cenários, enquanto nas sondagens realizadas pela FSB e Ipespe, realizadas para BTG e XP Investimentos, o deputado lidera na maior parte dos cenários de segundo turno.

Diante do voto útil e da eleição plebiscitária que se instalou no primeiro turno, possuir em mãos pesquisas confiáveis podem fazer toda a diferença. O melhor é fazer suas apostas e suas escolhas baseadas em institutos confiáveis, que precisam acertar e não possuem um histórico de manipulações, erros e até envolvimento com a Lava Jato. 2018 tem mudado paradigmas. Aqui fica mais um.

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