sexta-feira, setembro 28, 2018

Polarização

A proximidade de um primeiro turno com tendência de segundo acirrou os ânimos e a militância. A mobilização antipetista por uma vitória de Bolsonaro ainda no primeiro turno é real, enquanto a expectativa petista de êxito em um eventual segundo embate se tornou uma certeza.

Os candidatos dos pelotões com menos votos continuam sua briga para desidratar Bolsonaro e chegar na reta final. Alckmin é aquele que mais trabalha neste sentido. A tática é a mesma: atingir o candidato do PSL mostrando-se como uma via mais segura de vencer o petismo no segundo turno. Até agora não funcionou. A rejeição a Alckmin é alta e seus números seguem estagnados.

A possibilidade de vitória de Bolsonaro ainda no primeiro embate ligou o sinal de alerta nas campanhas adversárias e na grande imprensa, que passou a trabalhar contra o deputado. O sistema percebeu que a possibilidade de ruptura das estruturas atuais de poder é algo realmente possível e passou a se movimentar em suas diversas frentes para evitar o pior para si mesmo. Multiplicaram-se as reportagens que atingem o candidato do PSL. Rumores e ataques são frequentes e cada vez mais agudos. A proximidade da eleição fará este quadro se acirrar ainda mais.

Do lado petista existe a certeza que a eleição levada a um segundo turno entregará a vitória a Haddad. O partido, liderado de Curitiba por Lula e pelo Brasil afora por Dirceu, costura alianças para levar seu candidato ao Planalto. No bastidores é dado como certo o apoio dos tucanos, liderados por FHC e de parte do Centrão, puxado por Kassab e Rodrigo Maia. O petismo tem certeza que, emplacando no segundo turno, chegará ao Planalto.

Ainda hoje, o STF por meio de Lewandowiski, liberou Lula para ser entrevistado pela imprensa diretamente de sua cela em Curitiba. Este movimento ajudará Haddad, trazendo Lula para os holofotes ainda no primeiro turno.

A polarização está instalada e este foi o primeiro triunfo do petismo, que trabalhou muito por isso. Para tanto, teve a ajuda da estratégia tucana, que funcionou como linha auxiliar atacando Bolsonaro. Resta saber qual das apostas vencerá: a força antipetista canalizada em Bolsonaro para terminar com a eleição no primeiro turno ou a estratégia petista de empurrar a decisão para uma segunda rodada.

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