O ato de rebeldia da Catalunha em proibir as touradas não tem sido visto pela ótica real do que representa. Na verdade representa apenas isto, uma rebeldia de Barcelona frente à Espanha, na tentativa de ferir a unidade nacional depois da Corte Nacional declarar a inconstitucionalidade de parte das leis autonômicas catalãs.
A decisão nada tem a ver com a proteção ao direito dos animais, democracia, meio-ambiente ou qualquer um dos grupos que comemoraram a proibição. A diretriz vinda de Barcelona tem um cunho político, de corte profundo, em um tema delicado, que é o equilíbrio autonômico entre os territórios regionais que formam a Espanha.
O Presidente do Partido Popular sintetizou a posição de muitos espanhóis em uma frase: "Sou a favor da liberdade. Os que quiserem ir às touradas que vão. Divisão e separação não é o que a Catalunha, a Andaluzia e nem ninguém precisam".
A votação foi apertada, vencendo a proibição por 68 contra 55 votos. Gerou forte discussão porque argumentos equivocados foram usados para politizar uma questão que deveria ser avaliada de outra forma.
Ferir uma tradição nacional foi a forma encontrada por alguns políticos da Catalunha para impulsionar um movimento separatista e se cacifar para as eleições regionais no outuno. Perdeu-se uma grande oportunidade de discutir um tema importante dentro de sua verdadeiro âmbito.
Um comentário:
Sempre há políticos manipulando anseios de autonomia legitimos para manter suas carreiras. Usando os "amantes dos animais" como boa massa de manobra.
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