quinta-feira, julho 01, 2010

Ainda sobre o Vice

Gostaria de voltar aqui ao tema da escolha do candidato a vice de José Serra e tecer alguns comentários.

No caso da chapa do PSDB, a escolha do vice deveria recair em algum nome que, de forma estratégica, pudesse agregar na campanha. Índio da Costa pode ser um bom deputado e ter boas idéias, entretanto, não se encaixa dentro do perfil necessário para vencer uma disputa da forma que esta eleição presidencial se apresenta.

José Serra precisava de um nome do cento país, como já coloquei aqui. Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Mato Grosso são os estados chave dentro desta idéia. Poderia se buscar um vice ligado ao agronegócio, que também unisse a base e impulsionasse a campanha para o Centro-Oeste.

Descartado o nome de Aécio, de projeção nacional, deveria se oferecer ao ex-Governador de Minas Gerais a possibilidade de ele mesmo indicar um nome de seu estado para a vice. Isto traria inevitavelmente Aécio para dentro da disputa presidencial, sem correr o risco de ver seu eleitorado debandar no pleito nacional, como ocorreu em 2006. Em caso de negativa de Aécio, poderia-se buscar dentre os partidos que compõe a aliança.

Dentro do DEM, Demóstenes Torres, Ronaldo Caiado e Kátia Abreu exerceriam o papel com muita competência. Carregariam o Centro-Oeste, tem história política, projeção nacional e uniriam a base. Os dois últimos, ainda carregariam com entusiasmo o agronegócio para o coração da campanha.

Ainda se faltassem nomes dentre os aliados e o PSDB voltasse seu foco para a formação de um chapa pura, os tucanos poderiam fazer a opção pelo discurso da ética e alçar Flávio Arns para a posição. Seria uma jogada de mestre. Ex-membro do PT, Arns representaria um resgate ético de valor inestimável para a chapa, trazendo inclusive votos petistas para José Serra.

Enfim, as opções eram as mais variadas, dependendo da estratégia de campanha. A primeira opção seria Aécio, ou um nome mineiro indicado por ele, passando-se pelos bons nomes do DEM e aliados e aterrisando, quem sabe, em um nome com o balisamento ético de Arns, levando a campanha para águas onde o PT não deseja navegar. Faltou a José Serra tomar as rédeas da escolha de seu vice. Sem planejamento estratégico dos rumos de campanha, não foi possível fazer este desenho. Agora, com a imposição dos fatos sobre qualquer forma de estratégia, encara-se a campanha.

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