terça-feira, junho 18, 2013

A Vitória de Rohani no Irã

A vitória de Hassan Rohani no Irã é exatamente isso que parece. Um movimento claro de afastamento da população de uma visão mais radical de governo. Apesar de ser um centrista, sabemos que o vencedor, aos olhos de qualquer governo ocidental, é o conservador, mas na dinâmica política iraniana, é um centrista.

A estratégia política por trás de Rohani funcionou. O ponto central foi a desistência de Reza Aref, o candidato moderado que dividiria os votos centristas e poderia deixar ambos fora de um segundo turno. Com o acordo entre Aref e Rohani, abriu-se a possibilidade de os moderados e centristas despejarem seus votos em somente um candidato. A vitória foi avassaladora.

Do outro lado, o voto conservador se dividiu e não foi possível concentrar os esforços somente em um candidato. Ao contrário dos moderados, viu-se uma desorganização e uma certeza de vitória que iludiu aqueles que pensavam as eleições do lado mais conservador.

Foi uma vitória de Kathami, o antigo Presidente, anterior a Ahmadinejad. Kathami foi o principal articulador nesta reta final e se tornou a ponte para que Reza Aref abrisse mão de sua candidatura em prol de um bem maior, que seria a vitória de um centrista. Não deixa de ser uma vitória também do ex-Presidente Rafsanjani, alijado do processo pelo Conselho de Guadiões, que depositou todas suas fichas na eleição de Rohani. Funcionou.

A população, que compareceu em massa para votar, também mostrou que, depois dos tristes episódios de 2009, estava preparada e decidida a mudar. Mostrou seu posicionamento com contundência a levar Rohani para vitória já no primeiro turno, uma agradável surpresa.

Agora o mundo quer saber quem é Rohani. Bem, é preciso entender que apesar de moderado para termos iranianos, é um conservador e possui o apoio necessário do Aiatolá Khamenei para assumir o cargo. Mas as notícias são boas. Querem saber quem é Rohani? Vamos olhar para Rafsanjani e Khatami e entender que ele deve governar na mesma linha. Internamente recuperando a economia e trazendo menos beligerância no font externo. Ao fim e ao cabo, foi bom para o Irã e foi ótimo para o mundo.

Nenhum comentário: