quarta-feira, junho 19, 2013

O Salvador da Pátria

Dilma foi ao encontro de Lula e Haddad para resolver o problema. O Prefeito de São Paulo, que não entendeu a magnitude dos protestos, resistiu a idéia de revogar o aumento da tarifa de transporte público. Foi convencido por Lula de que era necessário. Dilma assistiu.

Um dia depois Lula já estava reunido com as centrais sindicais organizando sua estratégia. Todas estavam lá escutando o que ele tinha a dizer.

Tudo indica que as manifestações criaram o ambiente político tão esperado por Lula para que ele assuma cada vez mais o papel de candidato. Não é novidade que o ex-Presidente deseja voltar ao Planalto. Percorre o país já em campanha, apesar de dizer que apóia a reeleição de Dilma. Em Brasília, a volta de Lula é vista com bons olhos. Os políticos gostam mais do estilo dele na condução da acomodação de espaços. Com Lula a base aliada libera verbas e recebe afagos. Dilma é dura e raivosa.

O principal desdobramento, na esfera política, das manifestações, por enquanto, foi enfraquecer Dilma, que já enxerga sua popularidade derreter. Um ambiente que chancela a entrada de Lula em cena para garantir a manutenção do partido e seus aliados no poder. Se com uma Dilma forte Lula já se articulava nos bastidores para voltar, com uma Dilma fraca, o PT pedirá para o ex-Presidente concorrer. Dilma deve estar com as barbas de molho.

Neste cenário, Lula garante a manutenção do atual grupo no poder, afasta a crise com a certeza de que Dilma sai de cena aos poucos, acalma as forças políticas com seu retorno, restabelece confiança para investidores com a volta da política econômica de seu governo e sabe que o resultado das urnas estará ao seu lado, afinal, a indignação não chegou no grosso de seu eleitorado. O movimento ainda está restrito, em seu bojo, na classe média das grandes cidades - um eleitorado que já não vota em Lula há tempos.

Haddad e Dilma não são políticos. Foram forjados por Lula. Ambos vacilam exatamente na condução política de suas funções e ela ainda apostou em um modelo desenvolvimentista inflacionário para a economia. Exatamente por essas questões, especialmente Dilma, abre um vácuo de poder por onde Lula pode passar. E voltar como salvador da pátria. A conferir.

Nenhum comentário: