quinta-feira, junho 20, 2013

Protestos e Inflação


O ponto inicial, que foi o motor das insatisfações que motivaram os protestos pelo Brasil afora, tem nome e responde por inflação. O reajuste das passagens, a falta de poder de compra, o custo de vida que sobe e o dólar que dispara. Todos esses fatores são desdobramentos de uma política econômica que teve aprofundamento no governo Dilma.

É a economia, estúpido, dizia James Carville em 1992, quando levou Clinton à Casa Branca. No Brasil o caso é a economia. Depois de viver 16 anos dentro de uma certa estabilidade que, vale lembrar, era apenas o primeiro passo de um grande leque de reformas que ainda faltam ao País, o brasileiro passou a viver novamente com o reajuste de preços e a falta de poder de consumo.

O monstro é maior, porque aliado a inflação, que corrói o poder de compra, vivemos em um país onde muitos brasileiros vivem em prestações, endividados além de sua capacidade, o que pode tornar o que está por vir ainda mais perigoso.

O desajuste na economia veio pelas mãos de Dilma, isto é inegável. Mas ao contrário do que muitos pensam, não vem do PT. Dilma, como sempre lembro, é uma cristã-nova no PT. Ela é oriunda do PDT e das políticas nacionalistas e intervencionistas de Leonel Brizola. O pedetismo de Dilma não se descolou de seu DNA. O resultado tem sido este brutal desajuste na economia brasileira que lembra o período desenvolvimentista dos anos de Geisel frente à Presidência.

O PT em sua essência é menos danoso para a economia, pois busca tão somente acúmulo de poder. Por mais que em suas veias corram idéias sindicalistas e socialistas, o comando central do partido está disposto a abrir mão disto se houver sua manutenção no poder. Lula, em seus primeiros anos, aplicou uma política econômica mais austera que a de Fernando Henrique. No segundo mandato relaxou um pouco, mas o barco começou a fazer água quando Dilma assumiu os manetes da economia e aplicou as idéias trabalhistas.

Quem já sentiu a escalada de preços foi a classe média, que orienta os protestos Brasil afora. Em breve a inadimplência da classe C começará a aparecer e logo depois vem o poder de compra da classes D e E.

Existe conserto nesta altura? Sim, existe. Mas Dilma precisaria trair suas convicções, algo que certamente ela não está disposta a fazer.

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