terça-feira, maio 22, 2007

Rosa Díez e Fernando Savater tentam criar um novo partido nacional

O sistema político espanhol é uma espécie bi-partidismo imperfeito. Existem duas grandes forças políticas, uma ao centro-esquerda, com o PSOE e outra ao centro-direita, com o PP.

A consolidação desses dois grupos como forças políticas expressivas derivam da engenharia política de dois homens, Felipe González no PSOE e José María Aznar no PP. Ambos ocuparam a Presidência de Governo e souberam aproximar seus partidos do centro político.

Entretanto, atualmente existe uma séria cisão na política espanhola, uma espécie de fosso praticamente intransponível entre os dois partidos, impulsionada, na minha opinião por Zapatero, desde que ocupava o cargo de líder da oposição.

Esse fosso político impede uma grande concertação, como ocorreu na Alemanha, por exemplo, especialmente quando o eleitorado está dividido praticamente meio a meio.

Quem desempata este jogo sempre são os partidos nacionalistas, que com seus poucos deputados são o fiel da balança neste jogo complexo. Entretanto, o preço a ser pago por pactar com os nacionalistas muitas vezes é muito alto.

Na esteira desta realidade, um grupo de pessoas se reuniu no País Basco com o objetivo de criar um partido de centro, com o objetivo de unir os descontentes com o PSOE e o PP. Seria uma alternativa democrática e anti-nacionalista que poderia ajudar os grandes partidos a formar suas maiorias.

As bases deste novo grupo, formado pela eurodeputada socialista Rosa Díez e o filósofo Fernando Savater teria como principais objetivos: lutar contra o ETA, promover uma regeneração democrática, se opor ao nacionalismo obrigatório, e a necessidade de reformar a Constituição para constituir um Estado sólido e igualitário, composto de comunidades autônomas com competência idênticas entre si.

Não tenho dúvida de que há um forte e grande espaço para um partido de centro na Espanha, como ocorreu com Bayrou na França, já que os grupos políticos espanhóis não tem conseguido ocupar este espaço. A idéia é boa, mas dificilmente se consolidará com as pessoas que estão liderando este movimento.

Mas a idéia está lançada. O político que souber ocupar este espaço, terá êxito.

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