sábado, agosto 25, 2007

Sérvia pressiona pelo futuro do Kosovo

Mais um capítulo segue na questão envolvendo Sérvia e Kosovo. A situação de tensão interna é cada vez maior em Pristina, assim como no interior, uma vez que a maioria albanesa do Kosovo é extremamente hostil em relação aos sérvios (com no mínimo uma ponta de razão, valeria dizer). Do outro lado a Sérvia ameaça aumentar o tom contra o Kosovo e quando os sérvios falam em aumentar o tom, ninguém quer realmente descobrir o que pode estar por acontecer.

Em meio a essa tensão, o trio de mediadores, Estados Unidos, União Européia e Rússia, se encontraram com servios e kosovares aqui em Viena no dia 30 de agosto para tentar aparar as arestas. Não será uma tarefa fácil. O enviado especial da ONU, o finlandês Martti Ahtisaari, sugere uma "independência sob supervisão internacional" para aquela que hoje ainda é uma província sérvia. Belgrado considera a proposta do enviado das Nações Unidos um ultraje, ou seja, nada ocorre fora do previsto.

Do lado dos mediadores, Estados Unidos mantém firme apoio a proposta da ONU, contudo, a Rússia, bem a Rússia mantém seu apoio a posição sérvia, é obvio. O desentendimento está posto exatamente porque Rússia e Sérvia sabem que o Kosovo contará com apoio da Otan para manter a tranquilidade na região entre albaneses-kosovares, na sua maioria muçulmanos, e sérvios, ortodoxos. Afinal de contas foi a Otan que conseguiu colocar ordem depois de 78 dias de bombardeios para fazer as forças sérvias recuarem há alguns anos.

Sérvia e Rússia não querer ceder nem mais um milímetro de influência em seu antigos territórios para o ocidente. A Sérvia viu desmoronar o que um dia foi a Iugoslávia (Sérvia, Montenegro, Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegóvina e Macedônia - e a suas regiões autônomas - Voivodina e Kosovo) e a Rússia perdeu influência até na Ucrânia, seu antigo quintal industrial.

Até dezembro o trio de mediadores apresenta um relatório ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. O primeiro-ministro da Sérvia, Vojislav Kostunica diz que não aceita a independência de parte de seu território, atualmente administrado pela ONU. Mas tanta confiança e determinação deve ter um motivo. Qual será? Não é difícil de imaginar.

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